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Setor entrega propostas aos candidatos à Presidência

No início de agosto, os três principais candidatos à Presidência da República foram sabatinados pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA)


Publicado em: 28/08/2014 às 18:20hs

Setor entrega propostas aos candidatos à Presidência

No início de agosto, os três principais candidatos à Presidência da República foram sabatinados pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), maior entidade representativa do setor. Seus líderes entregaram a Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (à época, candidato pelo PSB) documento com uma série de reivindicações de medidas governamentais relacionadas à política agrícola, competitividade, relações de trabalho, segurança jurídica, meio ambiente, educação e assistência técnica. No evento, Dilma falou das realizações do seu governo e Aécio se comprometeu a criar um "superministério" da Agricultura. Entre os produtores, o candidato tucano era o preferido dos grandes agropecuaristas, e Dilma, a preferida dos agricultores familiares.

Apesar de não terem especificado em suas propostas como se dará a questão do financiamento do campo, os representantes da entidade defendem que as políticas públicas têm que se sustentar no tripé crédito, seguro e garantia de renda. Para o ex-secretário executivo do Ministério da Agricultura e atual consultor da CNA, José Carlos Vaz, faz todo o sentido que um país com o perfil agropecuário do Brasil tenha um programa de crédito de porte significativo e que se aprimore na distribuição de recursos a produtores que querem mudar de patamar tecnológico.

"Fora das políticas de governo, os juros para o tomador de crédito são muito altos. De 15% a 20% ao ano. O que é impraticável", considera Vaz. Do que foi proposto pelo governo Dilma para a safra 2014/15, Vaz acredita que apesar de os recursos parecerem suficientes para o custeio e investimentos, deve faltar dinheiro para o seguro agrícola (em que são previstos R$ 700 milhões em subversão) e para a garantia de preço (R$ 5,6 bilhões). Entre as propostas da confederação está a equalização desses problemas e o aumento do período de vigência dos programas. "Precisamos de algo mais estruturado. O ideal seria um plano plurianual e não por safras como ocorre hoje. Isso daria mais sustentabilidade e previsibilidade aos investimentos", diz.

Mas o que eram considerados perfis muito parecidos entre os candidatos até então, mudou de configuração com a entrada de Marina Silva na disputa. A ex-ministra do Meio Ambiente do governo Lula acumula desafetos no setor do agronegócio e não é vista como alguém que irá facilitar o desenvolvimento agropecuário no país. "Por mais que ela diga que dará continuidade ao programa de Campos, eu não acredito nisso. Não vai mudar suas convicções de uma vida inteira da noite para o dia", afirma Antônio Alvarenga, presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA). Para ele, que acredita na força da candidata do PSB, com Marina na Presidência vai aumentar a demarcação de terras indígenas, o que deve travar as atividades no campo. Para o diretor-geral da Associação Brasileira de Reforma Agrária (Abra) e pesquisador aposentado do Instituto de Pesquisas Econômica Aplicada (Ipea), Guilherme Delgado, entre Aécio e Dilma não deve haver muita diferença nos planos de subvenção de crédito. Mas, Marina, se eleita, deve vincular a concessão de crédito subsidiado a exigências socioambientais. "Se ela for coerente com o discurso, é isso que deve ocorrer", diz.

Fonte: Canal do Produtor

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