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Safra de café do Brasil deve subir em 2016 e melhorar oferta para indústrias, diz Abic

"Acredito que a safra vai superar a expectativa (em volume) e em qualidade também. As chuvas ajudaram, choveu na época certa, a gente tem notícias de lavouras sadias e peneiras altas", disse o executivo, que participou de evento em São Paul


Publicado em: 29/04/2016 às 19:40hs

Safra de café do Brasil deve subir em 2016 e melhorar oferta para indústrias, diz Abic

A safra brasileira de café em 2016 deverá superar 53 milhões de sacas, acima das previsões iniciais do governo federal, estimou nesta quarta-feira o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), Ricardo Silveira, citando chuvas benéficas para as plantações.

"Acredito que a safra vai superar a expectativa (em volume) e em qualidade também. As chuvas ajudaram, choveu na época certa, a gente tem notícias de lavouras sadias e peneiras altas", disse o executivo, que participou de evento em São Paulo.

Em janeiro, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou a safra do país entre 49,13 milhões e 51,94 milhões de sacas, ante 43,24 milhões em 2015, ano bastante afetado por seca nas principais regiões cafeeiras. No cenário mais otimista da Conab, haveria uma alta de 20 por cento e um novo recorde de colheita.

Segundo Silveira, a safra de café robusta do Espírito Santo, o maior produtor desta variedade, sofreu os efeitos de uma seca severa, mas uma maior produção de café arábica vai mais do que compensar aquelas perdas.

CONSUMO INTERNO

Uma safra maior que a esperada no Brasil dará alívio nas margens para a indústria brasileira, que não conseguiu repassar no ano passado todos os custos de uma alta na matéria-prima, segundo Silveira.

Pesquisa da Abic realizada recentemente apontou que 81 por cento das empresas do setor avaliam que haverá disponibilidade suficiente de café para as indústrias em 2016.

O levantamento com associados da Abic aponta que o consumo no Brasil cresceu 3,4 por cento entre novembro de 2015 e fevereiro de 2016, ante o mesmo período anterior, com os consumidores optando por marcas mais baratas em meio à crise econômica para não abandonar o hábito de beber café.

"Se continuar neste ritmo, (o consumo) vai ser maior do que imaginávamos", projetou o diretor-executivo da Abic, Nathan Herszkowicz.

A entidade projeta que o consumo no Brasil poderá subir para 21,3 milhões de sacas em 2016, ante previsão anterior de 21 milhões de sacas. Em 2015, o consumo no Brasil somou 20,6 milhões de sacas.

"A pesquisa mostra que os consumidores passaram a buscar marcas mais baratas. Às vezes dentro da mesma marca, o consumidor tem opções. O café tem essa vantagem, tem café de todo preço", disse Silveira a jornalistas, após a premiação da 12ª edição de um prêmio de cafés especiais do Brasil.

FUTURO

Para os próximos anos, uma pesquisa realizada pelo Euromonitor para a Abic aponta que o consumo de café no país crescerá em média 2,9 por cento ao ano, até 2019.

O consumo de café torrado e moído crescerá 2,6 por cento/ano no mesmo período, enquanto a demanda por grão torrado aumentará 3,4 por cento ao ano e o café em cápsula terá uma alta de 15,3 por cento na média anual, mas em ritmo mais lento ante os 30 por cento verificados anteriormente.

O café em pó representa 81 por cento do mercado nacional, seguido pelo grão torrado, 18 por cento, com as cápsulas respondendo por 0,6 por cento.

Fonte: Reuters

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