Turismo Rural

Roteiros, Centro de Atendimento ao Turista e prato regional são resultados de programa do Senar na região de Ponte Nova

O potencial turístico da região de Ponte Nova foi um rico material de trabalho para os participantes do programa de Agente de Turismo Rural, oferecido pelo Senar Minas ao longo dos últimos meses


Publicado em: 04/05/2018 às 14:20hs

Roteiros, Centro de Atendimento ao Turista e prato regional são resultados de programa do Senar na região de Ponte Nova

O potencial turístico da região de Ponte Nova foi um rico material de trabalho para os participantes do programa de Agente de Turismo Rural, oferecido pelo Senar Minas ao longo dos últimos meses. Dessa qualificação resultaram quatro roteiros turísticos, um prato regional e a proposta de instalação de um Centro de Atendimento ao Turista (CAT). O término do programa foi marcado por um Encontro de Turismo em Abre Campo e a degustação do prato “Costelinha Botocuda”, criado pelos alunos no módulo de alimentação.

O Senar contou com a parceria do Sindicato de Produtores Rurais de Ponte Nova e do Circuito Turístico Montanhas e Fé, que engloba 14 municípios. O objetivo foi capacitar agentes para trabalhar o desenvolvimento do turismo na região, como explicou a turismóloga e instrutora do treinamento, Fernanda Corrêa da Silva.

Os resultados foram considerados muito positivos pela gerente regional do Senar Minas em Viçosa, Silvana Novais. “O grupo conseguiu trabalhar as potencialidades dos municípios envolvidos no Circuito Montanhas e Fé e, no evento final, com a presença de representantes de prefeituras e empreendimentos da região, eles mostraram que estão aptos para atuar em parceria com o poder público e empresas privadas e desenvolver ainda mais o turismo regional”, enfatizou.

Os principais atrativos foram reunidos nos roteiros (veja abaixo), que apresentam aspectos históricos, gastronômicos, naturais, culturais e religiosos. “O curso foi um marco. A região tem muitas potencialidades e, por meio do treinamento, com orientação da instrutora e com as parcerias, foi possível transformá-las em produtos turísticos”, destacou a gestora do Circuito Montanhas e Fé, Gabriela Ribeiro.

De acordo com o secretário de Cultura e Turismo de Ponte Nova, Daniel Pereira, tudo o que foi apresentado pelos agentes vai ao encontro dos interesses da Prefeitura em divulgar a goiabada, que é um bem imaterial tombada pelo município.

“Temos trabalhado para certificar outros produtores e temos ações como plaquinhas para locais de venda para divulgar o produto. Nos hotéis, há o menu da goiabada. O que foi apresentado traz muita felicidade para a gente que acompanha o dia a dia do circuito. Esse momento coroa esse crescimento de todos os municípios com o circuito”, disse.

Gastronomia

Depois de apresentar aos convidados o formato do programa e os principais resultados, os agentes os convidaram a degustar a “Costelinha Botocuda”, um prato com elementos marcantes da culinária, cultura e história regional: costelinha ao molho de goiabada ardente com purê de mandioca na manteiga.

“A gente tinha a bagagem dos módulos anteriores, e o prato foi surgindo a partir desses pontos. Fomos pegando um pouquinho do que é forte na região, como a mandioca, a carne de porco, a manteiga, referência aos laticínios, a cachaça e a goiabada”, explicou a agente Bianca Carolina Monteiro, que é educadora ambiental e representante da Associação de Proteção Ambiental do Vale do Piranga.

Para ela, o programa foi além de vislumbrar a capacidade turística da região. “Descobrimos potencialidades não só dentro do circuito, mas também em nós mesmos. Fomos desenvolvendo tudo isso e construindo juntos. Podemos contribuir muito, mantendo essa rede de colaboradores e a ampliando”, contou.

Centro de Atendimento ao Turista

Para o empresário José Eduardo Russo Gabriel, que participou do programa com mais dois representantes do empreendimento montado junto ao Memorial Cotochés, em Abre Campo, a expectativa é positiva. O negócio fica à margem da rodovia que liga Minas Gerais ao Espírito Santo e marca o local onde foi a primeira indústria da Cotochés.

“Há alguns anos já percebemos a necessidades de ampliar os serviços oferecidos e tentar tornar o empreendimento um destino, bem como a região, e não mais uma área de passagem. Estamos na rota de turistas que vão para a praia e os que estão em busca das cidades históricas, além da Serra do Caparaó”, explicou.

Mais do que melhorar o empreendimento, que conta com o memorial, restaurante, loja e hotel, o trio pretende ajudar no desenvolvimento regional. “Nossa ideia com o CAT é ser um portal para levar o turista para as cidades da região. Vamos divulgar na rodovia que há uma unidade com informações turísticas e também na internet. Além da capacitação técnica, o treinamento nos permitiu conhecer melhor a nossa região. O desafio é grande porque vamos desbravar isso. Mas existe potencial e é grande, e o curso reafirmou isso para a gente”, completou.

Roteiros na região de Ponte Nova

Os roteiros são importantes resultados do grupo. O “Doce Viver” foi elaborado pelas alunas Gabriela Ribeiro e Tânia Mara Sasse, em parceria com a instrutora. Testado no início deste ano, o roteiro compreende ida às ruínas da antiga fazenda Ana Florência, que tinha produção de goiaba e açúcar mascavo; à unidade de produção da Christy, que usa uma tecnologia mais nova, e a outra mais caseira, a Sinhá Mineira, além da unidade de produção da goiabada Zélia.

Em Urucânia, foi idealizado o “Vida e Milagres – Padre Antônio Ribeiro Pinto, o padre do povo”, voltado para religiosos. O roteiro compreende visitas ao santuário, ao mirante de Nossa Senhora das Graças, ao museu que guarda doações e oferendas, à casa onde o padre morou, à matriz e à praça onde ele acolhia os fiéis que chegavam de toda a parte em busca de graças. O visitante também conhece uma fazenda histórica para se deliciar o café mineiro, um alambique de produção de cachaça e as ruínas de uma antiga usina de açúcar.

Em Santo Antônio do Grama, o turismo fica por conta da aventura, com a prática de escalada e rapel. É oferecido lanche com frutas, almoço em um restaurante e visita à unidade de produção dos doces Sabores do Grama. O pacote inclui o transporte e alimentação no local da escalada.

Já o roteiro “Caminhos do Casca”, entre Abre Campo e Rio Casca, possibilita conhecer a história do rio que corta a cidade de Rio Casca, mostrando o crescimento do município e os fatos ocorridos em dezembro de 2017, quando houve a maior enchente da história na região. O roteiro inclui hospedagem, passeio em hotel-fazenda, loja de artesanato, museu, mirante e pesque-pague e restaurante, entre outras atrações que levam o turista ao contato com a natureza, cultura, costumes e culinária mineira.

Turismo Rural

O treinamento abordou temas como segurança, condução de turistas, alimentação, hospedagem e planejamento de eventos, além de catalogar as potencialidades turísticas da região. O objetivo é preparar profissionais com visão de negócio para fomentar o turismo rural, colaborando para o desenvolvimento econômico, social e ambiental.

Segundo a instrutora, o turismo rural é uma modalidade nova no Brasil e mais recente ainda em Minas Gerais. “Existe uma carência de profissionais capacitados, principalmente em regiões onde o turismo não é uma das principais atividades econômicas. Além disso, as comunidades têm dificuldade em perceber que o turismo é um negócio e precisa ser encarado como tal”, explicou.

Após o programa, os agentes poderão atuar regionalmente e de forma integrada com a comunidade, poder público e iniciativa privada. “Diversos são os benefícios, como o fortalecimento da economia, mas também há a preocupação em manter a cultura local, a fixação do jovem no campo, a preservação dos recursos naturais e culturais, o incremento nas atividades produtivas e melhoria da qualidade de vida das comunidades”, destacou.

Fonte: Assessoria de Comunicação Senar MG

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