Fruticultura e Horticultura

Rio grande do sul pode alcançar novo recorde de safra

As supersafras entraram de vez para o cenário produtivo do setor primário gaúcho


Publicado em: 02/09/2014 às 19:10hs

Rio grande do sul pode alcançar novo recorde de safra

Com previsão de chegar a 27,6 milhões de toneladas, a safra de verão deve sofrer incremento de 2,82% em relação a 2013, de acordo com projeção da Emater-RS. Se confirmados, os números vão representar novo recorde, a exemplo dos resultados do ano passado. Os dados sinalizam para o aumento de 1,49% na área total de plantio para as culturas de verão (arroz, feijão, milho e soja), que deve alcançar 7,18 milhões de hectares.

Financeiramente, os Valores Brutos de Produção (VBP) – pagos ao produtor – apenas para as principais atividades agropecuárias somam mais de R$ 43 milhões, o que pode resultar na adição de R$ 21,8 bilhões à economia gaúcha. Entre as quatro principais culturas, metade apresenta elevação (arroz, com variação de 1,98%, e soja, com 2,74%) e as outras duas (feijão 1ª safra e milho) com redução de 5,24% e 5,74%, respectivamente. “No ano passado, a produtividade do feijão e do milho foi excelente, por isso nossa expectativa é de queda”, justificou o diretor técnico da Emater-RS, Gervásio Paulus.

A soja é a commodity com resultados mais expressivos. Do ano passado para cá, a área de cultivo ganhou mais 88 mil hectares, totalizando 141 mil hectares nesta safra. O crescimento mais expressivo ocorre em regiões nas quais o cultivo do grão não é tradicional, comprovando o direcionamento dos produtores para o mercado que desponta como um dos mais vantajosos. O maior incremento na produção se dá na região Sul, Campanha e Fronteira-Oeste. Entre 2005 e 2014, as regiões de Bagé e Pelotas registraram alta de 117% e 243%, respectivamente, na área de cultivo. Exemplo dessa alta são os municípios de Dom Pedrito, com elevação de 204%, e Jaguarão, com acréscimo de 320% no mesmo período.

De acordo com o presidente da Emater-RS, Lino De David, o que sustenta a supersafra é a capitalização dos agricultores, em decorrência dos resultados dos últimos anos, que garantiram maior grau de investimentos, acesso às políticas públicas e ao crédito. Soma-se a isso, os preços estáveis do mercado. Paulus salientou, ainda, os efeitos positivos do fenômeno climático El Niño, que tem favorecido precipitações acima da média, elevando a produtividade.

Agropecuária registra avanço constante

Além dos números específicos do período, a Emater-RS apresentou resultados ampliados das atividades agropecuárias no Estado nos últimos anos, comprovando o momento positivo do setor primário gaúcho. A produção de grãos da cultura de verão praticamente dobrou, passando de 15 milhões de toneladas para mais de 27 milhões nos últimos 10 anos.

O leite foi um dos produtos citados como exemplo. Embora o Rio Grande do Sul seja o segundo maior produtor do País, a produtividade por vaca é o dobro da média nacional. Nos últimos três anos, o crescimento da produção leiteira tem aumentado gradativamente. Em 2011, foram 3,87 bilhões de litros, passando para 4,04 bilhões, em 2012, e 4,3 bilhões no ano passado. A Emater-RS ainda trouxe dados sobre a safra de inverno, mostrando pequenas oscilações. Um dos principais produtos do cultivo de inverno, o trigo, sofreu uma pequena redução na quantidade produzida, passando de 3,35 milhões de toneladas, na safra 2013/2014, para 3,24 milhões de toneladas para 2014/2015.

Lavouras de verão

Arroz – Apesar dos altos estoques e algumas dificuldades durante a comercialização da safra passada, os preços estabilizados em relação às médias históricas parecem ter causado um estímulo entre os plantadores. Além disso, não existem problemas com as barragens este ano, uma vez que já atingiram suas cotas máximas nas principais regiões produtoras, aumentando a tranquilidade dos produtores em relação à irrigação.

Feijão – Nem mesmo o expressivo valor do produto ao longo do último ano foi capaz de frear a diminuição da área cultivada, tendência essa observada desde 1995. Além disso, para esta safra, a concorrência com a soja tem se mostrado favorável a esta última, fazendo com que os produtores prefiram a oleaginosa, principalmente aqueles mais tecnificados.

Milho – O milho destinado à produção de grão, a exemplo da safra passada, novamente terá área “roubada” pela soja, uma vez que, na comparação em termos de preço e rentabilidade entre as duas culturas, esta última leva grande vantagem sobre a primeira. Para a safra 2014/2015, a área semeada ficará abaixo de um milhão de hectares.

Soja – Na oleaginosa, parece se confirmar o que era esperado por todos os integrantes da cadeia agrícola. Preços em alta e demanda aquecida fazem com que os agricultores se interessem mais pela produção da soja.

Fonte: Jornal do Comércio

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