Crédito Rural

Recursos para financiar safra em MT crescem 24%

A oferta de recursos para a safra 2015/16, em Mato Grosso, está 24% maior em relação ao ciclo anterior, conforme o vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil, Osmar Fernandes Dias.


Publicado em: 03/07/2015 às 19:20hs

Recursos para financiar safra em MT crescem 24%

O crescimento registrado supera a expansão anual observada para o país, que ficou em 23%. Somente para o fomento da agropecuária mato-grossense serão disponibilizados R$ 5,41 bilhões para as várias modalidades de operações de crédito rural. No ano passado, o segmento demandou R$ 4,37 bilhões. Em todo o país os recursos somam R$ 90,5 bilhões, contra R$ 73,3 bilhões.

Do total anunciado ontem para o Estado, durante coletiva de imprensa simultânea em todo o Brasil, dos R$ 5,41 bilhões, R$ 3,8 bilhões serão destinados ao custeio da safra e à comercialização, e o restante, R$ 1,60 bilhão para financiamentos de investimento, de acordo com o Diário de Cuiabá.

Conforme antecipou no início do mês de junho o presidente do Sistema Famato/Senar, em Mato Grosso, Rui Prado, a previsão é de que a nova temporada demande, apenas para sojicultura, quase R$ 13 bilhões no Estado. Considerando os dados da Famato e que o Banco Brasil libere todo o valor anunciado, os recursos oriundos do Banco, que é o principal operador do crédito rural oficial, a cifra de R$ 5,41 bilhões supre cerca de 40% da necessidade dos produtores que vão plantar soja.

A superintendência do Banco do Brasil, em Mato Grosso, confirmou que desde ontem, dia 1º de julho – data que marca o início da nova safra brasileira - as agências do Banco estão contratando as operações já atendendo às mudanças e inovações implementadas pelo governo federal e que fazem parte do Plano Agrícola e Pecuário, o PAP 2015/16. Entras as mais importantes alterações estão a elevação das taxas de juros aplicadas aos financiamentos a juros controlados, como também prazos e carências que também foram modificados para a nova safra.

Como explica Superintendência, desse total, R$ 855 milhões irão financiar a agricultura familiar, R$ 411 milhões terão como alvo os médios produtores rurais e R$ 4,15 bilhões para atender aos demais produtores e suas cooperativas rurais. O maior incremento anual na disponibilização de recursos ocorre na chamada agricultura empresarial, onde o montante cresceu 28% ao passar de R$ 3,25 bilhões na safra passada para R$ 4,15 bilhões. Em seguida está o aporte aos médios produtores que registra crescimento de 23% na oferta, ao somar nesta nova safra R$ 411 milhões contra R$ 334 milhões anteriormente.

O vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil, Osmar Fernandes Dias, destacou que o suprimento da oferta de recursos para esta safra é resultado de esforço conjunto, tanto da União, por meio dos ministérios, quanto da direção do Banco. "Quem vê os números pensa que eles caíram de uma árvore. Mas, é resultado de uma série de reuniões, inclusive com a presidente Dilma Rousseff. O Ministério da Fazenda teve sensibilidade em não realizar cortes no crédito rural". O Plano Safra deverá ofertar cerca de R$ 187 bilhões para o financiamento da produção agropecuária, cifras 20% maiores quando comparados ao plano anterior.

O PAP 2015/16 – No campo, além das incertezas em relação aos rumos da economia nacional, “preocupação que de fato assombra o produtor”, exclama o presidente da Famato, no curtíssimo prazo a inquietação se volta para o tempo que vai levar para que o produtor acesse os recursos de fato e como será a análise para tomada de crédito. Conforme produtores consultados pelo Diário, há temores de que haja mais critérios para liberação do dinheiro, o que vai atrapalhar o planejamento de safra do produtor.

Outra questão que vem sendo debatida, desde que o PAP foi anunciado no começo do mês passado, é a elevação das taxas de juros e de condições de linhas importantes, tanto para o custeio da safra como para investimentos. Para safra 2015/16, os juros anuais de custeio foram reajustados para 8,75% ao ano, movimentação que encarece a tomada do dinheiro. “É menos recursos na mão do produtor, é menos dinheiro que deixa de circular na economia estadual, porque quem planta vai precisar de mais para pagar o financiamento”, defende o presidente do Sistema Famato/Senar, Rui Prado.

Fonte: Só Notícias/Agronotícias

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