Saúde Animal

Recorde na liberação de doses marca uma nova fase na produção de imunobiológicos do IB

Instituto Biológico, da Secretaria de Agricultura de São Paulo, tem novo recorde de produção de antígeno usado para diagnóstico de tuberculose em bovinos


Publicado em: 07/01/2020 às 08:00hs

Recorde na liberação de doses marca uma nova fase na produção de imunobiológicos do IB

Para auxiliar o Programa Nacional de Controle e Erradicação de Brucelose e Tuberculose (PNCEBT) no diagnóstico e erradicação da tuberculose em bovinos, o Instituto Biológico (IB-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, acaba de aprovar sua maior partida de imunobiológicos já produzida até hoje: um lote com mais de 460 mil doses de Tuberculina PPD Bovina. Aprovada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), esta partida é 50% maior que uma convencional. As doses liberadas estarão disponíveis aos médicos veterinários habilitados em janeiro de 2020.

“O objetivo do IB é encerrar a falta de antígenos de tuberculose e brucelose. São mais de 92 anos de experiência e compromisso com a qualidade. Apenas uma instituição brasileira, com foco nos interesses nacionais e com corpo técnico altamente especializado, pode auxiliar o PNCEBT prover à população alimento seguro e manter nosso país no protagonismo na produção de proteína animal. São quase cinco anos sem reprovar uma partida de tuberculina no MAPA. Isto demonstra que qualidade é o foco principal na produção de imunobiológicos para atender os médicos veterinários e pecuaristas”, afirma o médico veterinário, Ricardo Spacagna Jordão, responsável técnico da produção de imunobiológicos do Instituto.

O Laboratório de Imunobiológicos do IB trabalha para aumentar sua capacidade de produção de kits para diagnósticos de brucelose e tuberculose disponibilizados para 24 Estados brasileiros, além do Distrito Federal. O Instituto recebeu investimento de R$ 3,5 milhões da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) para a compra de equipamentos, que visam aumentar a produção e viabilizar o desenvolvimento de novas pesquisas na área. A expectativa é que até 2021 o IB triplique sua produção de imunobiológicos, que neste ano foi de 4,5 milhões de doses. Os recursos foram disponibilizados pela FAPESP por meio do Plano de Desenvolvimento Institucional em Pesquisa (PDIP).

O IB é a única instituição brasileira autorizada a produzir os insumos que atendem o PNCEBT. Os imunobiológicos são utilizados para o diagnóstico de tuberculose e brucelose em animais. Sem esses antígenos, o País não pode vender nem comprar animais no exterior, além de prejudicar o trânsito interestadual e impactar diretamente na saúde da população. Pesquisas utilizando os novos equipamentos permitirão ainda dobrar o prazo de validade dos produtos e produzir frascos com doses menores, para atender a demanda dos pequenos produtores rurais. Saiba mais aqui

Tuberculose

Segundo a médica veterinária do setor de tuberculose do IB, Cristina Corsi Dib, as perdas econômicas mundiais associadas com a tuberculose bovina já foram estimadas em mais de três bilhões de dólares anuais. Por ser uma zoonose, a importância atribuída à tuberculose bovina vai além da esfera econômica, causando impactos negativos significativos na saúde humana e animal. A infecção causada pelo Mycobacterium bovis no homem é também chamada de tuberculose zoonótica.

Apesar de ser considerada como uma das doenças mais antigas da humanidade é considerada, hoje, como reemergente, tendo causado a morte de 1,5 milhão de pessoas das 9,6 milhões que desenvolveram a tuberculose ativa em 2014, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. O advento da Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (AIDS) em muito colaborou para o aumento no número de casos de tuberculose e o risco de manifestação da doença em humanos, tanto por M. tuberculosis, como por M. bovis. Este fato reacendeu a discussão sobre a importância do M. bovis como agente causador, especialmente nos países em desenvolvimento onde os dados são escassos.

A tuberculose bovina é diagnosticada in vivo pelo exame clínico e o teste tuberculínico, feito com os imunobiológicos, e após a morte pelo exame histopatológico, bacteriológico, e técnicas moleculares.

O controle da tuberculose bovina baseia-se principalmente nos testes tuberculínicos do rebanho e eutanásia dos animais reagentes. Controle de tráfego de animais, inspeção de carcaças, exigência de exames prévios à aquisição de novos animais para o rebanho, compra de animais de rebanhos certificados como livre de tuberculose e quarentena dos animais recém-introduzidos no rebanho são outras medidas essenciais ao controle desta enfermidade.

Fonte: APTA SP

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