Feijão e Pulses

Produtores de feijão estão preocupados com queda no valor do grão em Itararé

Segundo agricultores, o valor da saca passou de R$ 150 para R$ 80. Preço médio do quilo do feijão para o consumidor final é de R$ 4


Publicado em: 04/01/2018 às 10:20hs

Produtores de feijão estão preocupados com queda no valor do grão em Itararé

Os produtores de feijão de Itararé (SP) estão preocupados com a queda no valor do grão. Com a grande quantia do produto prevista para colher, os preços da saca caíram de R$ 150 para R$ 80, afirmam os agricultores.

Quem comemora são os consumidores finais, já que o preço médio caiu mais de 50% nos mercados. Na propriedade do produtor Frederick Jacoubus Wolters são 220 hectares dedicados ao cultivo do feijão carioca.

A expectativa do produtor é de que o cultivo deste ano possa render 50 sacas por hectare, 10% a mais comparado com o que colheu em 2016.

“Como produtor espero que melhore, mas acredito que o mercado vai ficar estagnado, já que estamos no fim do ano e as vendas param. Temos que ver como ficará no ano que vem para pensar em uma estratégia”, explica.

Segundo Instituto de Economia Agrícola houve aumento na área plantada de feijão.

Já o agricultor Gerd Von Hauenschiild acredita que o aumento da competitividade é o que tem influenciado o preço do grão.

“Há 30 anos a região de Itararé era considerada o celeiro de feijão, porém hoje o produto é plantado em toda região do norte e nordeste do Brasil, então estamos colhemos o grão o ano inteiro”, alega.

Um levantamento feito pelo Instituto de Economia Agrícola comprova esse aumento na competitividade. Em 2017, a área plantada em todo estado aumentou quase 24%, e a estimativa de colheita são mais de 160 mil toneladas, 34% a mais que a safra do ano anterior.

Segundo a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), Itapeva e Itararé devem produzir juntas mais de 1 milhão de sacas de feijão. Para o agrônomo Vitor Trindade é essa estimativa de colheita que reflete nos valores do mercado.

“É aquela velha e famosa lei de oferta e procura, quando tem muita oferta de feijão o preço cai, então mesmo com alta produtividade a probabilidade de ter prejuízo é grande.”

Quem aproveita essa queda nos valores são os consumidores finais, já que o quilo do feijão caiu de R$ 9 para R$ 4 nos mercados da região de Itapeva.

“Principalmente com essa crise, quando encontramos algo que usamos todo dia em um valor baixo é uma satisfação para o bolso”, diz o aposentado Jassi Soares de Macedo.