Milho e Sorgo

Preço baixo e estoques altos causam redução da área com milho no PR

A área destinada ao milho irá sofrer redução na safra de verão. A diminuição deve chegar aos 15% no Paraná. A queda no preço do grão e os grandes estoques nos armazéns e cooperativas desanimaram os agricultores a investir na cultura


Publicado em: 29/09/2014 às 11:00hs

Preço baixo e estoques altos causam redução da área com milho no PR

O agricultor aproveita a terra úmida depois da chuva para começar o plantio do milho. A região sudoeste do estado é uma das primeiras a semear o grão. A previsão é que nesta safra de verão os agricultores paranaenses devem reduzir o cultivo do cereal.

"Muitos produtores de áreas grandes não estão plantando nenhum pé de milho. Outros estão plantando muito pouquinho. Diminuíram alguma área, mas problema só que existe por causa de uma rotação. Mas, economicamente está sendo inviável", avalia o agrônomo João Giertyas.

Para ter lucro com o milho, o agricultor Pedro Perin precisa vender a saca de 60 quilos por pelo menos R$ 25,00, mas as cotações mostram o produto na casa dos R$ 18,00. Mesmo assim, ele resolveu manter os 120 hectares do ano passado. Agora, o produtor torce por uma reação do valor do grão. "A previsão para frente é boa. Então, o milho depende de água. A gente sabe que a previsão do El Ninõ é boa. A gente acha que vai dar certo. No final, vai dar tudo certo", diz Perin.

Há poucos agricultores confiantes na região. Segundo a Secretaria de Agricultora, a maioria dos produtores está diminuindo a área ou desistindo da cultura por causa do preço baixo e optando pelo cultivo da soja.

O agricultor Edson Silveira diminuiu em mais da metade a área de milho em relação ao ano passado e deu preferência à soja, que deve ocupar 225 hectares. O milho ocupa menos de 10% por cento da lavoura. De acordo com a Secretaria da Agricultura do Paraná, 40% da área destinada ao milho já foi semeada.

O interesse pelo plantio do milho também está menor no Rio Grande do Sul. Muitos agricultores da região do alto Uruguai ainda estão com a safra passada estocada na propriedade.

As condições favoráveis do clima fizeram com que o produtor adiantasse em duas semanas o plantio do grão. A previsão é que este ano sejam colhidas 200 sacas por hectare, com aumento de 10% em relação ao ano passado.

A nova colheita deve começar em janeiro. O problema é que até agora mais da metade da safra passada ainda não foi vendida. O motivo é a queda nos preços. No começo do ano, a saca estava cotada em até R$ 30,00. Depois, caiu para R$ 20,00 e não voltou a subir.

O agricultor Ledimar Orlando espera uma alta para negociar mais de cinco mil sacas estocadas. "Para o produtor não está satisfatório porque o custo de uma lavoura é alto", diz.

Mesmo com R$ 500 mil em milho em estoque, o agricultor Iraci Martinelle prefere não vender por receber pouco pela saca do milho. "O custo é alto e o preço é ruim. Não dá para vender. Quem consegue segurar, está segurando", diz.

Sem boas perspectivas no mercado, muitos produtores optaram por não plantar milho este ano. A projeção é que o plantio de milho caia mais de 12% em municípios da região do Alto Uruguai.

Na sexta-feira (26), a cotação do milho na Bolsa de Chicago atingiu o menor valor dos últimos cinco anos, reflexo da grande safra que está sendo colhida nos Estados Unidos.

Fonte: Globo Rural

◄ Leia outras notícias