Cana de Açucar

Potencial de clones RB chama atenção

O evento foi realizado nos dias 22 e 23 de março, na Estação Experimental de Paranavaí, e além de acompanhar várias palestras, os participantes puderam avaliar o desempenho de diversos clones promissores já em Fase Experimental


Publicado em: 16/05/2017 às 16:45hs

Potencial de clones RB chama atenção

Com o objetivo de acompanhar os resultados dos trabalhos de pesquisa desenvolvidos em cana-de-açúcar, cerca de 130 profissionais das 25 usinas e destilarias paranaenses, além de pesquisadores e professores, participaram do tradicional Dia de Campo do Programa de Melhoramento Genético da Cana-de-Açúcar da Universidade Federal do Paraná (PMGCA/UFPR), ligada a Rede Interuniversitária para Desenvolvimento do Setor Sucroenergético (Ridesa).

O evento foi realizado nos dias 22 e 23 de março, na Estação Experimental de Paranavaí, e além de acompanhar várias palestras, os participantes puderam avaliar o desempenho de diversos clones promissores já em Fase Experimental (FE) das séries RB04, RB05, RB06, RB07, RB08, do programa tradicional de melhoramento, em que um clone necessitava de doze anos para ser liberado; e dos clones potenciais das séries RB10, RB11, RB12 e RB13, selecionados pelo Sistema Tapetinho, criado pelo PMGCA/UFPR e, que com quatro a sete anos, já estão em fase de experimentação.

De um modo geral, os diversos materiais RB precoces, médios e tardios e com indicação para os vários ambientes de produção, têm se destacado em produtividade, riqueza de açúcar e sanidade, entre outras características desejáveis, chamando a atenção de todos os participantes.

Foram apresentados ainda clones potenciais destinados à produção de biomassa, que vêm obtendo excelentes resultados nos experimentos. São matérias mais rústicos, ideais para ambientes mais restritivos, com um sistema radicular mais agressivo, maior longevidade e alta produtividade, chegando a 270 a 300 toneladas por hectare, sendo apontados como uma opção para colheita no início ou final da safra.

Segundo o professor titular Edelclaiton Daros, o grande desafio do momento é produzir não só uma cana rica em açúcar, mas também em fibra, dado o interesse crescente pela produção de biomassa da cana, para geração de energia e obtenção de etanol de segunda geração. As pesquisas com a cana energia são desenvolvidas na Estação Experimental da UFPR, em Paranavaí, desde 2010.

Destacado como modelo dentro da Ridesa, o PMGCA/UFPR só se tornou possível graças à parceria com o setor sucroenergético, que permitiu avaliar os materiais em sete diferentes ambientes de seleção, à capacidade de pesquisa da equipe e à participação de todos, ressaltou Daros. Além das duas Estações Experimentais de Bandeirantes e Paranavaí, há mais cinco subestações, somando cerca de 500 hectares para pesquisa, nas usinas de Alto Alegre, Santa Terezinha/Iguatemi/Ivaté, Bandeirantes e Melhoramentos.

Sem compactação, raiz vai longe

Um experimento que está sendo feito no Laboratório de Rizotron, na Estação Experimental de Paranavaí, que avalia o comportamento do sistema radicular das espécies Saccharum SPP, Saccharum Robustum e os clones oriundos destes cruzamentos, chamados de biomassa tipo I, além de variedades liberadas, chamou a atenção dos participantes do evento pelo tamanho das raízes, que já superaram os 2,2 metros.

"O normal é a raiz da cana se desenvolver em profundidade e não ficar restrita nos primeiros 20 cm. Se isto ocorrer nas lavouras é porque o solo está com problemas, provavelmente compactado", afirmou o professor titular da UFPR, Edelclaiton Daros.

O trabalho começou em junho do ano passado e deve ser conduzido por cinco cortes. O objetivo é avaliar a relação do sistema radicular com a parte aérea da planta das diferentes espécies de cana e dos seus cruzamentos e estudar a capacidade de a planta emitir raiz.

"A cada corte da cana-de-açúcar se forma um novo sistema radicular. É espetacular o volume de matéria orgânica que a cana deixa no solo, jogando em profundidade. Se a raiz se desenvolver corretamente, sem impedimento no solo, é impossível o arranquio de soqueira", ressaltou Daros.

Fonte: Jornal Paraná

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