Brasil

PIB do agronegócio cresce, mas agroindústria pisa no freio

O agronegócio brasileiro continua sendo eficiente dentro da porteira, mas há dificuldades no avanço da industrialização desses produtos saídos do campo


Publicado em: 17/09/2014 às 11:20hs

PIB do agronegócio cresce, mas agroindústria pisa no freio

É o que aponta o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) na pesquisa do PIB (Produto Interno Bruto) do agronegócio referente ao primeiro semestre deste ano.

Parte dessa dificuldade vem de problemas encontrados pelo país na exportação de produtos manufaturados.

As matérias-primas e os semiprocessados dominam as vendas externas, enquanto os processados e os produtos frescos (frutas, flores e outros) enfrentam barreiras comerciais ou não atendem às exigências de qualidade e sanitárias, afirma Geraldo Barros, coordenador do Cepea.

Nos últimos dez anos, o PIB do agronegócio cresceu a uma taxa anual de 2,7%; o da agropecuária, 3,8%, e o da agroindústria, 2%. Neste ano, este último setor está estável.

No ano passado, a agropecuária representou 29% do PIB do agronegócio, com a agroindústria ficando com 28%. Em 1995, a participação da agroindústria era de 35%, e a da agropecuária, de 24%.

Mesmo sem um avanço consistente da agroindústria, a evolução da produção no campo, via aumento de produtividade, fez os alimentos chegarem com preços mais acessíveis ao consumidor.

Para Barros, o grande desafio do setor é manter o ritmo de crescimento da produtividade, elevando a competitividade do agronegócio, o que pode gerar mais renda ao produtor e mais benefícios ao consumidor.

Nos últimos 18 anos, o PIB agropecuário cresceu 3,6% ao ano, em média, acima dos 2,9% da economia toda. No período, os preços reais dos alimentos caíram 8%.

A pesquisa do Cepea apontou que a evolução global do PIB do agronegócio foi de 1,9% no primeiro semestre. Essa taxa foi puxada pela pecuária, que teve aumento de 4,9% no período. Já a agricultura aumentou 0,6%.

O PIB agropecuário deverá ter uma evolução de 3,8% neste ano, um pouco abaixo dos 3,9% registrados em 2013, conforme estimativas do Cepea para o setor.

Fonte: Folha de S. Paulo

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