Pastagens

Pesquisa que aposta no Caulim como potencial indicador de consumo para bovinos avança

Dados foram apresentados durante reunião da Asbram


Publicado em: 06/06/2017 às 15:30hs

Pesquisa que aposta no Caulim como potencial indicador de consumo para bovinos avança

Resultados obtidos durante a primeira etapa do projeto de pesquisa da Embrapa Pantanal “Estimativas de consumo de bovinos a pasto utilizando o caulim como indicador fecal”, foram apresentados durante Reunião Associação Brasileira das Indústrias de Suplementos Minerais (ASBRAM) realizada na última semana, em Campo Grande- MS.

Após ser aprovado pela banca de especialista no início deste ano, a Médica Veterinária e Doutora em Ciência Animal, Caroline Bertholini, apresentou para um grupo de associados da Asbram os dados obtidos na Tese de Doutorado que indicam a eficácia do Caulim como marcador de matéria seca em um ambiente controlado.

Na primeira etapa do experimento, realizado em baias na Escola de Veterinária da UFMS, Caroline, orientada pela professora Maria da Graça Moraes (UFMS), pelo pesquisador Luiz Orcírio e também pelo professor Henrique Jorge Fernandes (UEMS), trabalhou comparando as medidas estimadas pelo Caulim com as medidas estimadas pelo óxido crômico (indicador universal) e pela medida real (através da coleta total e individual de fezes dos animais nas baias).

Segundo Caroline, ao comparar as estimativas de produção fecal e digestibilidade aparente obtidas a partir do Caulim fornecido via suplemento verificou-se semelhança com os obtidos por meio do óxido crômico, indicador considerado referência nos estudos de consumo. “Tais resultados nos leva a acreditar que o Caulim deve continuar a ser avaliado como indicador para posteriormente alcançarmos sua validação” explicou.

“Verificamos que alguns ajustes nas técnicas deverão ser realizados. A utilização de um método de quantificação mais sensível auxiliará no estabelecimento de protocolos específicos para a quantificação do alumínio oriundo do Caulim. Acreditamos que o aprimoramento das técnicas analíticas possibilitará alcançarmos estimativas de consumo e digestibilidade mais precisas”.

Ainda segundo a Doutora, a substância Caulim não representa riscos à saúde animal, humana e ao ambiente, permitindo a realização de vários ensaios de consumo com avanços científicos na Nutrição Animal sem resultar em prejuízos à sociedade. “Este indicador é uma matéria prima liberada pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento e aplicada rotineiramente no enchimento de fórmulas pelas indústrias de ração animal, podendo ser utilizado no aperfeiçoamento de produtos sem grandes entraves burocráticos”, concluiu Caroline.

Segunda Etapa começa em junho

Segundo o pesquisador da Embrapa Pantanal e responsável pelo projeto de pesquisa, Luiz Orcírio Fialho de Oliveira, o próximo passo é evoluir o processo, melhorar a metodologia de identificação desta substância nas fezes dos animais. Alumínio foi o marcador definido para identificar o Caulim nas fezes. “Nesta etapa vamos fazer experimentos com os animais no campo e verificar se é possível utilizar a substância nestas condições. A proposta é o desenvolvimento de uma metodologia capaz de permitir estimativas práticas de consumo, tanto do ponto de vista científico quanto para aplicação a nível de campo”, explicou o pesquisador.

“O Projeto é bastante desafiador e apresenta vários pontos a serem definidos até chegarmos à validação do indicador. Neste sentido, podemos dizer que estamos no caminho para um grande avanço da Nutrição Animal, pois alguns dos objetivos traçados já foram alcançados”, explicou Orcírio.

Parceria Público e Privado

O Caulim é o foco principal de estudo da Pesquisa da Embrapa Pantanal, iniciada em 2013, que avalia substância como possível indicador para uso em estimativas de consumo de matéria seca de pasto e de suplemento. Ele vem sendo desenvolvido em parceria com Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e a Associação Brasileira das Indústrias de Suplementos Minerais (ASBRAM).

Segundo o Presidente da Asbram, Nelson de Souza Lopes, desde o início das pesquisas a Associação vem apoiando e investindo no projeto, uma vez que se trata de uma possível inovação na área de Nutrição Animal. “Buscamos sempre iniciativas que visam melhorias aplicadas ao produtor e também à indústria. A possibilidade de desenvolvimento tecnológico de produtos mais específicos e eficientes na área de produção e nutrição animal é de interesse dos nossos associados”.

A Diretora Executiva da Asbram, Elizabeth Chagas, também acompanhou desde o início esta parceria e acredita que a pesquisa é fundamental para o desenvolvimento de um país. “Sabemos que quando tratamos de pesquisa, corre-se o risco do resultado não ser o esperado ou de demandar mais tempo que o previsto inicialmente para obtenção dos dados almejados”.

Segundo Beth, a junção desta mão de obra pública e privada resultando em uma força tarefa para a obtenção de um bem comum para todos é a meta mais importante desta iniciativa. E conclui “Esta parceria, que uni iniciativa privada + instituição de ensino público + Embrapa, vem se mostrando possível e resultados positivos já vem sendo obtidos. Agora é aguardar as próximas etapas”, concluiu.

Fonte: Embrapa Pantanal

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