Publicado em: 26/09/2014 às 19:00hs
Do total de 331 mariposas coletadas nas lavouras do Estado para o estudo, 277 foram qualificadas como Helicoverpa armigera, o equivalente a 83,7%. O maior número de ocorrências foi registrado na região Norte do Estado, em municípios produtores de algodão. As informações foram divulgadas durante o workshop Mapa da Helicoverpa, nesta quinta-feira (25), no Sindicato Rural de Dourados. A atividade integra a programação do programa Soja Brasil, que percorre os maiores estados produtores da oleaginosa levando informação aos produtores e é promovido pela Aprosoja Brasil e Canal Rural.
Representantes da Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Fundação MS e Fundação Chapadão viajaram por 32 municípios do Estado, reunindo informações em 189 propriedades. As mariposas foram coletadas em lavouras de soja, milho, algodão e outras culturas, levando em consideração que a lagarta Helicoverpa se alimenta de 300 diferentes culturas. “A lagarta de espécie armigera teve maiores registros em lavouras de algodão, certamente pelo ciclo ser maior que a soja e milho, o que dá mais tempo para sua reprodução e proliferação”, justificou o pesquisador da Fundação MS, Fernando Grigolli, que apresentou os primeiros resultados do estudo.
De acordo com os pesquisadores envolvidos no estudo é fácil confundir a Helicoverpa armigera com outras duas lagartas, por isso as coletas foram encaminhadas para laboratórios do Rio Grande do Sul, para identificação da espécie. Foram 380 mil hectares pesquisados e ainda assim a população de pragas foi considerada baixa, sem grande danos para a produção.
Apesar de concentrar cerca de 70% da produção de soja do Estado, a região Centro Sul teve incidências baixas e médias, exceto pelo município de Sidrolândia, onde as armadilhas coletaram mais de três mariposas cada. “Para esta safra de soja que se inicia a estratégia é o monitoramento constante das lavouras pelo produtor rural, manejo correto e utilização correta dos defensivos agrícolas”, destaca o presidente da Aprosoja/MS – Associação dos Produtores de Soja de MS, Mauricio Saito. O dirigente acredita às baixas precificações reflitam na produção de soja safrinha no Estado e que na no ciclo que se inicia os produtores terão maior atenção quanto a questão fitossanitária.
Água Clara, Camapuã, Chapadão do Sul, Costa Rica, Paraíso das Águas, São Gabriel do Oeste, Sidrolândia e Sonora foram os municípios com maiores ocorrências da Helicoverpa armigera. Já os municípios de fronteira e outros grandes produtores como Amambai, Aral Moreira, Bela Vista, Cassilândia, Douradina, Dourados, Fátima do Sul, Itaporã, Jardim, Maracaju e Ponta Porã registraram os menores índices da lagarta, menos de 0,5 de mariposas por armadilha por semana. Antônio João, Bandeirantes, Bonito, Caarapó, Laguna Carapã, Naviraí e Rio Brilhante foram enquadrados no nível intermediário de infestações.
Grigolli, que apresentou os resultados dessa primeira fase do estudo, afirmou que a próxima fase será durante a safra 2014/15, com mais coletas de pragas e elaboração de estratégias de manejos regionais. “O próximo passo é traçar ações voltadas para cada região, levando em consideração sua infestação, a resistência da lagarta quanto aos defensivos e a necessidade de alternar diferentes culturas para o controle da praga”, ressaltou o pesquisador da Fundação MS.
O desenvolvimento da pesquisa teve apoio da Aprosoja/MS, Famasul – Federação da Agricultura e Pecuária de MS e recursos da Seprotur – Secretaria de Estado de Produção e Turismo de MS.
Fonte: Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul - FAMASUL
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