As exportações brasileiras de carne de frango in natura seguem decepcionantes. Ao menos pelos números da SECEX/MDIC que apontou, para a segunda semana de agosto (cinco dias úteis), embarque de, aproximadamente, 36.961 toneladas do produto, volume que corresponde a uma média diária de 7.392 toneladas.Ou seja: proporcionalmente, exportou-se maior volume na primeira semana do mês (três dias úteis), pois foram 26.765 toneladas, média diária de 8.922 toneladas.

Somados esses dois resultados tem-se, para os oito primeiros dias úteis do mês (de um total de 23 dias úteis em agosto), apenas 63.726 toneladas de carne de frango in natura, volume que corresponde a uma média diária de 7.966 toneladas, 60% menos que as 19.923 toneladas/dia de julho passado e 52% menos que as 16.640 toneladas/dia de agosto de 2017. É também, aparentemente, o pior resultado dos últimos 15 anos.

Será que as exportações brasileiras do produto recuaram tanto assim? A pergunta é pertinente, pois, apenas três meses atrás, no mesmo espaço de tempo e no mesmo período do mês (oito primeiros dias úteis de maio), os embarques de carne de frango in natura foram 82% superiores aos atuais, chegando às 116 mil toneladas. Além disso, independente dos altos e baixos que vêm sendo observados desde abril, a média diária dos últimos quatro meses (85 dias úteis) permaneceu acima das 14 mil toneladas. E, de repente, caem a pouco mais da metade.

Sabe-se, há algum tempo, que a SECEX/MDIC vem modificando seus sistemas de processamento dos dados de exportação, agora consolidados apenas quando o produto exportado é efetivamente embarcado. Isso explica as grandes variações observadas há, praticamente, cinco meses. Mesmo assim seria oportuno que esclarecesse como vêm sendo processados os embarques mais recentes, pois o que vem sendo divulgado – recordes em um mês; resultados extremamente baixos no mês seguinte – deixam o setor totalmente desorientado.

De toda forma, projetados para a totalidade de agosto, os embarques dos oito primeiros dias do mês sugerem exportações totais da ordem de 183,2 mil toneladas, resultado que configura redução de mais de 50% tanto sobre o mês anterior (438,3 mil toneladas de carne de frango in natura), como sobre o mesmo mês de 2017 (382,5 mil toneladas em agosto de 2017).