Pastagens

Pecuaristas gaúchos na guerra contra o capim-annoni

Entre as alternativas de combate à invasora estão as roçadeiras químicas, que atingem diretamente a planta e não comprometem as pastagens


Publicado em: 17/04/2017 às 13:00hs

Pecuaristas gaúchos na guerra contra o capim-annoni

Não é de hoje que o capim-annoni tira o sono dos pecuaristas gaúchos. A espécie forrageira de origem sul-africana, com baixo teor nutricional e altíssimo poder de propagação, foi trazida ao Brasil nos anos 1950 e vem tomando há décadas o lugar das pastagens no Sul do país, especialmente da região do Pampa. Controlar a praga virou um dos grandes desafios para melhorar a produtividade do setor.

Tradicional criador das raças Angus e Brangus, Angelo Bastos Tellechea trava uma batalha contra o annoni desde 1988, quando o capim finalmente apareceu nos campos de suas estâncias, em Uruguaiana (RS). O vertiginoso avanço da gramínea – que chega a produzir mais de 10 mil sementes por planta – comprometeu pastagens perenes de capim-pangola, e acabou por dizimá-las.

Diversas alternativas de combate à planta invasora já foram testadas pelo produtor, desde a aplicação manual de defensivos recomendados até experimentos com roçadas mecânicas. Os resultados não se mostraram satisfatórios, de acordo com Tellechea:

– Foram nulos, devido à fantástica forma de disseminação que a variedade apresenta, com suas sementes sendo levadas pelas rodas de tratores e caminhões, pelos cascos e até no pelo dos animais – afirma.

Foi em 2009, com a aquisição de uma roçadeira química, que o cenário começou a mudar, principalmente na Cabanha Umbu, onde aproximadamente mil hectares estão destinados a pastagens. Os resultados gradativos alcançados levaram à compra de outra roçadeira maior, em 2015. As máquinas aplicam o produto diretamente na parte superior da vegetação, o que atinge o annoni e não chega a alcançar as plantas mais rasteiras, como o campo nativo e as pastagens implantadas.

– Temos conseguido diminuir a presença da invasora e assim possibilitar a renovação das espécies nativas. Mas acreditamos que os modelos ainda necessitam de ajustes, para proporcionarem melhor desempenho – ressalta o pecuarista, que também torce pelo avanço nas pesquisas de controle dessa que é considerada a grande vilã do setor produtivo.

Fonte: Estela Facchin

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