Entre os dias 12 e 13 de março, o Tropical Forest Alliance – TFA 2020 realizou sua reunião anual das iniciativas da América Latina em São Paulo-SP para que representantes de instituições, associações e governos abordem suas ações para reduzir o desmatamento. O TFA 2020 é uma parceria público-privada global empenhada em acabar com o desmatamento tropical até 2020, realizado com as principais commodities globais, como soja, carne bovina, óleo de palma, papel e celulose.

É a primeira vez que um ente governamental, no caso o governo do estado de Mato Grosso, promove e incentiva a certificação Associação Internacional de Soja Responsável (RTRS) em seu território. O governo pretende dar todo o apoio necessário a empresas que queiram investir, fomentar e comprar a soja certificada RTRS, e assim, divulgar o estado como a região de menor risco socioambiental e agregar valor aos produtores de soja mato-grossenses.

A RTRS esteve presente no encontro representada pelo Consultor Externo, Cid Sanches. “Tive a oportunidade de mostrar a investidores e membros do TFA as ações que desenvolvemos junto aos produtores do Mato Grosso, Pará e São Paulo, bem como os benefícios socioambientais da certificação”, afirma.

O Brasil é um dos compradores de soja responsável e, em 2017, adquiriu 9% da soja RTRS. A oportunidade é enorme no Brasil como um mercado exigente. Atualmente, as fazendas de soja no país são mais sustentáveis do que costumavam ser. Muitos agricultores da região do Mato Grosso, por exemplo, já cumprem diversas normas, o que facilita a mudança na certificação.

“O papel dos governos é fundamental para que iniciativas de gestão e produção sustentáveis sejam consolidadas e, especialmente, para ganhar escala. No caso da certificação, pode acompanhar projetos a nível municipal que correspondem a selos jurisdicionais sustentáveis”, diz.

O aumento da demanda por soja responsável é um dos principais incentivos para os produtores ampliarem ainda mais a certificação de suas culturas. Mais de 4 milhões de toneladas de soja certificadas RTRS foram disponibilizadas no mercado em 2017 - um aumento de 900 mil toneladas em relação a 2016. Ou seja, o volume de soja produzido atualmente de acordo com os padrões mais rigorosos, transparentes e holísticos em matéria de certificação ambiental e social aumentou em milhares de toneladas, sem que a produção causasse qualquer desmatamento.

“O compromisso de trabalhar em parceria faz parte dos princípios básicos da RTRS, unindo forças com outras organizações, encontrando novas formas de trabalhar e inovando para avançarmos em direção a um futuro da produção agropecuária mais responsável. A RTRS, com seu padrão de certificação de soja transparente e robusto, é o parceiro perfeito para garantir que a soja que tenha impactos sociais e ambientais mínimos e não gere desmatamento”, avalia.