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Para o FMI, Brasil crescerá apenas 1,3%

O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou, mais uma vez, a previsão de crescimento da economia brasileira, de 1,9% para 1,3%


Publicado em: 25/07/2014 às 19:50hs

Para o FMI, Brasil crescerá apenas 1,3%

Com isso, segundo o organismo multilateral, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, este ano, só deve ser maior, entre os emergentes, do que o da Rússia, previsto para apenas 0,2%, que sofre sanções econômicas devido à crise com a Ucrânia. Para 2015, a previsão foi reduzida de 2,7% para 2%. No documento, o fundo aponta o fraco investimento e o efeito da alta dos juros na demanda como fatores para revisão.

A projeção para o PIB mundial em 2014 também caiu, de 3,7% para 3,4%. A redução para 2014 reflete a "herança" do mau desempenho no primeiro trimestre, particularmente nos Estados Unidos. "A revisão faz as coisas parecerem piores do que realmente estão", afirmou Olivier Blanchard, economista-chefe do FMI. "Na maior parte, reflete algo que já aconteceu."

Inferior à média

O crescimento estimado para o país é muito inferior à média para os emergentes, de 4,6% para 2014, e 5,2% para o ano que vem. Quando considerados todos os países que entraram no levantamento do fundo, só devem crescer menos do que 1,3% a Zona do Euro como um todo, e, especificamente, França, Itália e Espanha (veja quadro). Ainda assim, todos esses países estão em processo de recuperação e apresentarão resultados melhores do que os do no ano passado, conforme o levantamento.

Entre os países que constam no relatório do FMI, China, Índia e a região da África sub-saariana devem crescer muito acima dos demais. A previsão é de que a economia chinesa avance 7,4% neste ano e 7,1% em 2015; a Índia, 5,4% e 6,4%; e a África, 5,4% e 5,8%, respectivamente.

A previsão do FMI é inferior à do governo, que revisou nesta semana o PIB de 2014 de 2,5% para 1,8%, mas otimista quando comparada às do mercado financeiro. No Boletim Focus, do Banco Central, os analistas estimam um crescimento de 0,97% neste ano, e de 1,5% em 2015. O economista Alcides Leite acredita em um cenário ainda pior. "É provável que cresçamos entre 0,5% e 1%, diante do cenário de baixíssimo investimento, endividamento das famílias, aumento de juros e de inflação. Há um desânimo generalizado por parte dos agentes econômicos, tanto para quem produz quanto para quem consome. Na dúvida, ninguém gasta. Por isso as perspectivas são tão negativas."

O professor e economista José Carlos Oliveira, da Universidade de Brasília (UnB), também acredita em um crescimento do PIB inferior a 1%. E a situação deve permanecer a mesma no ano que vem. "O setor privado, que deveria fazer investimentos, está reticente", disse.

O governo tem tentado de tudo para seduzir o setor privado. Recentemente, concedeu uma série de benefícios à indústria. Mesmo assim, não deve haver alteração, segundo o professor.

Fonte: Correio Braziliense

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