Publicado em: 16/02/2017 às 16:00hs
Somente um profissional especializado em nutrição de equídeos está capacitado para prescrever um correto programa nutricional. Não há uma fórmula exclusiva para indicação das rações, volumosos e suplementos, mas observar os fatores determinantes ajudam a maximizar os acertos.
O cavalo é um animal herbívoro, logo o volumoso é o principal alimento da dieta. A verificação do tipo de capim, da quantidade e qualidade é essencial na escolha do programa nutricional. É importante ressaltar que se a pastagem não for bem manejada, torna-se o principal entrave dos haras.
A criação de cavalos, os centros de treinamento e centrais de reprodução cresceram consideravelmente na última década, porém as áreas destinadas às pastagens não aumentaram na mesma proporção. Portanto, há deficiência de volumoso e com isto se faz necessário maior fornecimento de rações.
Outro ponto importante na avaliação é o manejo do haras e o perfil econômico do cliente. A indicação da dieta deve ser compatível com a estrutura física, mão de obra e o financeiro do local. Treinar os colaboradores das propriedades e explicá-los a importância do trabalho de cada um contribui positivamente no resultado.
O profissional da área de nutrição deve buscar entender o negócio do cliente a fim de oferecer produtos compatíveis com o objetivo de cada criatório. Em alguns haras a receita provém da venda dos potros em leilões, nesse caso o manejo nutricional deve ser focado na boa criação dos potros. Já os centros de treinamentos incrementam a renda com competições e para que obtenha sucesso, é preciso balancear a dieta dos atletas. Esses ajustes da dieta não são estáticos e necessitam de visitas periódicas para executá-los de acordo com os desafios presentes.
A alimentação dos cavalos deve ser direcionada de acordo com a raça dos animais e a modalidade que praticam. Em regra, cavalos de explosão devem consumir uma dieta rica em carboidratos e os deresistênciaum trato rico em gordura. Potros, éguas no terço final de gestação e em lactação precisamconsumir maior quantidade de proteína bruta. Mas alguns fatores como pastagem disponível, escore corporal, temperamento, intensidade do trabalho e até o peso do cavaleiro são determinantes na escolha da nutrição balanceada.
O médico veterinário ou o zootecnista, que trabalha na área de nutrição, precisa manter um estrito relacionamento com toda a equipe do haras e também com o médico veterinário clínico, responsável pelos animais. Ter o conhecimento de algumas afecções clínicas e a fisiopatologia das doenças direcionam o nutricionista para a dieta correta. Há patologias que estão diretamente relacionadas às deficiências nutricionais, já outras com a superalimentação. Somente o médico veterinário clínico tem estas informações para instruir o nutricionista na correta indicação das rações e volumosos. É fato que uma dieta balanceada diminui a incidência de diversas afecções, dentre elas, a mais comum e temida pelos criadores é a síndrome do abdômen agudo.
O resultado de um bom manejo nutricional pode não ser percebido ou mensurado imediatamente. Para afirmar que um animal teve uma boa criação pode levar até 36 meses, quando se inicia a doma em algumas raças ou quando começam acampanha atlética em outras. Portanto, o equilíbrio entre a nutrição, colaboradores das propriedades e viabilidade econômica são fundamentais para parceiras de longo prazo. Estes fatos auxiliamo criador a avaliar os benefícios do bom manejo nutricional.
Natália Telles Schmidt é médica veterinária e supervisora técnica de equinos de Equinos da Guabi.
Fonte: LN Comunicação
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