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Os bons negócios da China voltaram ao Brasil

Sabe-se, desde muito tempo, que quando se fazia uma boa transação comercial ela era classificada como negócio da China


Publicado em: 22/07/2014 às 18:00hs

Os bons negócios da China voltaram ao Brasil

Era um resquício do tempo em que as potências colonialistas europeias, principalmente a Inglaterra como “rainha dos mares”, tomavam, manu militari, terras no Oriente Médio e no extremo Oriente, aí sendo incluída a milenar China. Tanto foi que até 1997 os ingleses tinham uma colônia encravada na China, Hong Kong, da mesma forma que Portugal, com Macao. Como mandavam e desmandavam em uma nação que pouco entendia dos negócios espertos dos europeus, muitos “negócios da China” eram realizados, ou seja, quando os colonizadores levavam muita vantagem. No entanto, a China passou por reformas políticas, assumindo o comunismo, sofreu invasão militar do Japão no alvorecer da Segunda Guerra Mundial e, desde 20 anos, pelo menos, está em franca evolução econômica. Não abandonou o governo comunista, mas abriu as portas para a economia de mercado, baseada na sua população de 1,3 bilhão de pessoas, consequentemente, mão de obra barata, e copiando tudo o que pode dos estrangeiros.

Porém, a criação do grupo unindo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, Brics, está derrubando barreiras comerciais, antes muito bem aplicadas pelos agora nossos parceiros. Tanto é assim que houve a reabertura do mercado chinês à carne bovina brasileira. E quem acertou o negócio da China – para nós, brasileiros - foi nada menos que o presidente Xi Jiping, em Brasília. A previsão é que o país asiático compre até US$ 1 bilhão do nosso produto em 2015, sem a barreira fitossanitária. O governo chinês concordou em habilitar nove plantas para exportação, sendo que está previsto um crescimento entre 30% e 35% do consumo de carne bovina pela China em 2015. Em 2009, quando o Brasil chegou no mercado chinês, o país importava US$ 44 milhões em carne bovina do mundo, sendo, do Brasil, US$ 2,5 milhões. Em 2012, quando perdemos o mercado, eram importados pelos chineses US$ 255 milhões de vários países, com uma fatia para o Brasil, naquele ano, de US$ 37,768 milhões.

Agora, poderemos abocanhar a maior parte daquele mercado, que no ano passado importou US$ 1,3 bilhão. Importante é que o Brasil retoma as exportações com base em argumentos técnicos, ou seja, a demanda forte e a questão da defesa fitossanitária. A China suspendeu a compra da nossa carne bovina em 2012 em função do caso atípico de “vaca louca” registrado no Paraná.

Desde então, o mercado chinês vinha sendo abastecido via Hong Kong, que tem sido um entreposto da carne brasileira na Ásia. As exportações de carne bovina nacional somaram 762 mil toneladas no primeiro semestre de 2014. A remessa do produto ao exterior cresceu 12,7% em relação as 675,7 mil toneladas do intervalo janeiro-junho de 2013. Em receita, o crescimento foi de 13,3%, atingindo US$ 3,404 bilhões, contra US$ 3,004 bilhões do ano passado.

Com a reabertura da China à proteína animal brasileira, as exportações para o país asiático responderão por cerca de 20% do total exportado pelo Brasil. Mas também a Embraer lucrou com a aproximação dos mandarins, vendendo 60 aeronaves para empresas chinesas. Realmente, com a vinda do presidente Xi Jinping fizemos negócios da China como jamais antes.

Fonte: Jornal do Comércio

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