Biodiesel

Nova janela de oportunidade para o biodiesel: mercados de uso autorizativo

Após o aumento de 5% para 7% na mistura de biodiesel ao diesel mineral, em novembro do ano passado, surge agora uma nova janela de oportunidade para novas ampliações do uso do biocombustível na frota nacional


Publicado em: 17/04/2015 às 19:00hs

Nova janela de oportunidade para o biodiesel: mercados de uso autorizativo

Na semana passada, foi o próprio ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, quem se mostrou favorável ao desenvolvimento de mercados de uso autorizativo, como o BX Opcional, proposto pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) ao governo.

"A intenção seria a de permitir o uso de percentuais maiores de biodiesel, caso que pode se mostrar viável no Centro-Oeste, por exemplo", diz Leonardo Zilio, assessor econômico da Abiove.

Em Cuiabá/MT, o litro do diesel S-10, com baixo teor de enxofre, chega a custar R$ 3,34 para o consumidor, segundo dados do mês de abril disponibilizados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Já o biodiesel, naquela região, pode ser retirado das usinas por menos de R$ 2,20/litro.

Atualmente, a legislação brasileira não permite que percentuais superiores a 7% sejam disponibilizados ao consumidor, muito embora o biodiesel possa significar redução de preços e, consequentemente, uma possibilidade de refrear regionalmente os altos níveis de inflação, acrescenta Zilio.

Ele lembra que países como Argentina e Indonésia já utilizam 10% de biodiesel no diesel consumido. A França, recentemente, elevou para 8% o percentual da mistura.

No Brasil, 75% do biodiesel vêm do óleo de soja, matéria-prima produzida a partir do processamento da soja, grão presente em pelo menos 16 estados, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Ampliar a participação do biodiesel na mistura com o diesel fóssil é do interesse nacional, não só da indústria processadora de soja, a principal matéria-prima utilizada na fabricação do biocombustível. O biodiesel traz para o Brasil inúmeras vantagens, entre elas, a redução de emissões de gases do efeito estufa, o que melhora a qualidade do ar nas grandes cidades.

Há, ainda, o fator social: mais de 85 mil famílias estão envolvidas no Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB), criado em 2005.

Hoje, mais biodiesel significa também menos importação de diesel fóssil: em 2014, foram gastos mais de R$ 20 bilhões com a entrada do derivado. O volume importado, de 11,5 bilhões de litros, corresponde a 19% de todo o consumo nacional.

Produção de biodiesel

De 2013 para 2014, a produção nacional de biodiesel cresceu 17%, atingindo cerca de 3,5 bilhões de litros. Para 2015, a projeção é de mais de 4 bilhões de litros, uma nova alta de 20%.

Pesquisa de satisfação: agricultura familiar

A produção de biodiesel garante incentivos à agricultura familiar. As mais de 85 mil famílias incluídas no setor têm garantia de compra de sua produção e recebem, das usinas de biodiesel, assistência técnica especializada.

Segundo levantamentos anuais realizados pela Abiove, sobre o nível de satisfação desses agricultores, 97% dos entrevistados estão satisfeitos com a assistência técnica recebida e 99% acreditam que o Programa de Biodiesel é uma iniciativa positiva para sua família. Igual número de pesquisados opina, também, que o setor deveria crescer no Brasil.

Fonte: Assessoria de Comunicação da Abiove

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