Milho e Sorgo

NexSteppe espera crescimento do mercado de sorgo biomassa

Segundo executiva, demanda industrial deve possibilitar maior fornecimento de sementes


Publicado em: 23/04/2014 às 19:20hs

NexSteppe espera crescimento do mercado de sorgo biomassa

A NexSteppe espera pelo menos triplicar o fornecimento de sementes de sorgo biomassa no Brasil a partir do próximo ciclo agrícola. A informação é da diretora comercial da companhia na América do Sul, Tatiana Gonsalves.

Com sede nos Estados Unidos, a empresa tem sua base operacional no Brasil em Campinas (SP). Fornece sementes de sorgo biomassa, além da orientação para o manejo da produção, para usinas e produtores individuais. Os agricultores representam 70% da base de clientes da companhia.

“O sorgo é de ciclo curto, que agrada o agricultor. Se encaixa no que ele procura além de favorecer a rotação de culturas”, defende a executiva.

Para o ciclo atual, conta, as vendas possibilitaram o plantio de 1,3 mil hectares, quase que totalmente voltados para caldeiras de geração de energia. Tatiana acredita que a perspectiva de crescimento das remessas de semente está ligada, principalmente, à demanda industrial, seja do próprio setor de energias renováveis, seja de outros segmentos do agronegócio.

No caso do setor de energia, a gerente comercial avalia que, atualmente, o bagaço da cana-de-açúcar não é mais uma matéria-prima tão abundante quanto em anos anteriores. Um dos motivos é a própria utilização por parte das usinas de cana. Outro é o fortalecimento das pesquisas relacionadas ao etanol de segunda geração, o que abriria espaço para o sorgo.

“O mercado que era comprador de bagaço passou a comprar outras matérias primas”, afirma Tatiana, destacando que, de um modo geral, agricultores que adquiriram as sementes comercializadas pela empresa já tinham fechado contratos de venda do produto.

Outro ponto de demanda é a indústria. A gerente da NexSteppe explica que, com o fortalecimento das culturas de segunda safra, o volume colhido na safra de verão chega com um volume maior de umidade. Desta forma, a demanda por energia para o processo de secagem aumenta, também favorecendo o mercado de sorgo biomassa.

“Dentro do próprio agribusiness, há uma demanda de energia grande. Se considerar a safra de soja dos últimos anos e todo o movimento que está ocorrendo na safrinha, dá para imaginar a necessidade de biomassa para as caldeiras das empresas de grãos.”

A ainda existe, segundo ela, uma parte da própria produção de sorgo biomassa sendo utilizada em pesquisas com etanol de segunda geração. De acordo com Tatiana Gonsalves, o volume ainda representa apenas 5% da produção total. “A maior parte é para caldeiras, mas tem gente comprando para testar o potencial da semente do que com o objetivo de queimar.”

A executiva se mostra otimista mesmo diante de um cenário considerado desfavorável para a energia de biomassa no país. Representantes de usinas têm reclamado de falta de incentivo à fonte renovável e do que chamam de desequilíbrio de concorrência nos leilões de energia elétrica. O segmento chegou a ficar de fora de concorrências realizadas pelo governo federal

A gerente da NextSteppe acredita que o mercado de sorgo biomassa é pouco afetado por esta situação justamente pela diversificação da demanda industrial. “Ocorre uma diversificação e o sorgo tem apresentado uma margem bastante atrativa. Têm sido oferecidos preços bastante atrativos para o agricultor.”

Segundo Tatiana Gonsalves, a tonelada do produto tem sido comercializada a preços que variam de R$ 60 a R$ 70. O custo de produção tem variado de R$ 38 a R$ 45 por tonelada.

Fonte: Globo Rural

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