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MERCOSUL/UE: Acordo pode sair ainda neste ano, diz Barroso

Em visita ao Brasil, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, demonstrou otimismo sobre a troca de ofertas entre o Mercosul e a União Europeia (UE) para a criação de uma área de livre comércio entre os blocos


Publicado em: 22/07/2014 às 19:50hs

MERCOSUL/UE: Acordo pode sair ainda neste ano, diz Barroso

Ele espera que esse movimento aconteça ainda neste ano. Segundo Barroso, essa foi uma "conclusão implícita" da reunião que teve nesta sexta-feira (18/07) com a presidente Dilma Rousseff, no Palácio da Alvorada. Dentro do governo, no entanto, a expectativa é de que isso não ocorra em 2014.

Conclusão - "Eu acredito que é possível [a troca de ofertas neste ano] e é para isso que vou trabalhar. Foi aliás essa a conclusão implícita das nossas conversas hoje com a presidente Dilma. Ou seja, vamos agora de ambos os lados verificar se estão criadas as condições para uma troca simultânea de ofertas", disse o português após receber o título de Doutor Honoris Causa da Universidade de Brasília.

Sem previsão de data - Ele reconheceu que ainda não há uma data definida para isso, mas se mostrou incomodado com a demora das negociações. "O Mercosul e a União Europeia andam a namorar já há 15 anos. Não será altura de dar um passo em frente e dizer que 'sim'?", afirmou para a plateia de convidados, arrancando risadas.

Estudos - Segundo Barroso, estudos indicam que um acordo entre os dois blocos trará um crescimento ao produto interno bruto (PIB) dos países do Mercosul da ordem de US$ 5 bilhões, além de um aumento de 40% das exportações para a UE. Em entrevista à imprensa, ele afirmou que "de ambos os lados há algumas sensibilidades", mas afirmou ser possível "um movimento de redução das tarifas a nível global". "Eu sei que, aqui no Brasil, interessa especialmente a área agrícola e é uma das áreas onde a Europa também tem que fazer aberturas. Ao mesmo tempo que, no Brasil, é importante avançar na questão das tarifas para produtos industriais e para serviços", exemplificou.

Crise na zona do euro - Em seu discurso, ele afirmou que a crise econômica que atingiu o bloco obrigou os países-membros a fazer "reformas profundas". "A Europa tem 8% da população mundial, quase 25% do PIB global, mas mais de 50% de toda a despesa social a nível mundial. Esses números revelam bem porque a adaptação às novas realidades era inevitável", ponderou.

Atuação - Diante da crise, disse, foi preciso atuar como "bombeiros e arquitetos ao mesmo tempo". "Bombeiros para apagar o fogo. Arquitetos para lançar um novo edifício com paredes muito mais sólidas. Foi isso que fizemos ao longo dos últimos anos", afirmou. Segundo Barroso, a expectativa de crescimento do bloco em 2014 é de 1,6% e de 2% no próximo ano. Ele ainda apontou o desemprego, principalmente entre os jovens, como "o principal desafio que temos que enfrentar neste momento".

Fonte: Folhapress

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