Apicultura

Mel paranaense com ‘toque especial’ sai da clandestinidade

Produto feito por abelhas sem ferrão ganhou regulamentação específica com nova lei estadual


Publicado em: 13/11/2017 às 20:30hs

Mel paranaense com ‘toque especial’ sai da clandestinidade

Os produtores de mel no Paraná ganharam um apoio neste mês. Entrou em vigor no dia 2 de outubro uma lei regulamenta a produção, a comercialização e o registro de um mel com um toque especial: feito a partir de abelhas sem ferrão.

AA Lei 19.152/2017 estabelece, além de regras de conformidade, a criação de um selo de certificação ambiental, que autoriza o produtor a vender e comercializar espécies nativas.

“Hoje o que temos é uma atividade clandestina em todos os sentidos. A partir da Lei vamos começar a saber, de fato, quantos produtores temos oficialmente no Paraná, com quais espécies nativas trabalham. Com a autorização e o selo, que estará nos rótulos, os produtos poderão encontrar com mais facilidade mercado, pois temos um grande potencial para isto”, afirma o coordenador da Câmara Técnica de Meliponicultura do Paraná, professor Renato Rau.

Na atividade de produção de mel de abelhas sem ferrão, conhecida como meliponicultura, o produto pode chegar a R$ 120 o quilo. O produto convencional “fabricado” pela abelha com ferrão custa R$ 30 o quilo. Isso acontece porque, além do sabor diferenciado, uma família das espécies de abelha sem ferrão produzem, no máximo, 1,5 quilos de mel por ano. Já uma família de abelha com ferrão produz uma média entre 25 kg a 30 kg por ano.

Agora, com a nova legislação, a expectativa é que a criação de abelhas seja ampliada. “Era uma demanda das entidades e dos meliponicultores do Paraná que hoje produzem com medo, na clandestinidade. A lei coloca nosso estado entre os primeiros do país a criarem este marco regulatório que dá segurança jurídica aos produtores e deve abrir mercado para estes produtos”, diz o deputado Rasca Rodrigues, autor da lei estadual.

Segundo Renato Rau, o mel das abelhas nativas é mais nutritivo e saboroso, graças a diversidade no processo de polinização. “As abelhas nativas sem ferrão polinizam plantas e flores diferentes das abelhas tradicionais. Isto faz com que o seu mel e derivados tenham outro sabor, cor e odor”, disse.

A entrada nos supermercados, contudo, não é imediata. O especialista estima que a produção de mel de abelhas sem ferrão esteja à venda no varejo de dois a três anos.

Fonte: Gazeta do Povo

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