Nos últimos três meses, os embarques geraram faturamento de US$ 3,37 bilhões, recuo de 2,62% em relação ao realizado em igual período do ano passado, quando as vendas da pauta estadual atingiram US$ 3,46 bilhões.

Conforme dados divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), mesmo com março atingindo volume recorde de faturamento para o mês, US$ 1,58 bilhão, as cifras não foram suficientes para reverter o desempenho dos meses de janeiro e fevereiro, com receitas de US$ 805,23 milhões e US$ 992,34 milhões respectivamente.

Esse período sofre na comparação anual, já que o primeiro trimestre de 2013 foi considerado atípico. Primeiro pela forte demanda por milho. O cereal de forma inédita superou os embarques de soja em volume físico movimentado no acumulado dos primeiros três meses do ano. O milho teve peso no saldo mensal e isso refletiu diretamente no faturamento dos meses de janeiro e fevereiro do ano passado, que saíram da média histórica e registram o primeiro bilhão em vendas para o período. Além do milho, a soja que teve a colheita antecipada ano passado, também foi movimentada mais cedo e isso contribuiu para a elevação das receitas naquele trimestre.

Neste ano, a soja teve a colheita realizada de forma mais tardia, em função das chuvas e o milho perdeu força na preferência internacional. Com o pico da safra de soja em março se observa o recorde de faturamento, com negócios acima de US$ 1,58 bilhão no mês passado.

As estatísticas do Mdic mostram bem essa movimentação quando se comparam os trimestres. De janeiro a março deste ano a receita com as vendas de soja aumentaram em 71,23% enquanto as do milho recuaram 53,50%. Dos mais de US$ 3,37 bilhões movimentados até março deste ano, US$ 1,80 bilhão, ou, 53,41%, vieram dos embarques da oleaginosa. Já o milho que chegou a representar mais de 53% da receita gerada com as vendas no primeiro trimestre do ano passado, participa nesse ano com pouco mais de 16%. A receita desta pauta, que segue como a segunda maior do portfólio mato-grossense, passou de US$ 1,22 bilhão para atuais US$ 568,50 milhões.

Entre os maiores parceiros comerciais do Estado, a China segue em posição de destaque, com negócios que quase dobraram a participação no total exportado por Mato Grosso, bem como as cifras movimentadas neste trimestre. Conforme o Mdic, os chineses compraram o equivalente a US$ 1,43 bilhão da pauta estadual, cifras que representam 42,61% de tudo que o Estado exportou no período. Essas compras são 89,19% maiores que as registradas no mesmo momento do ano passado, quando o comércio entre ambos somou US$ 760,94 milhões, o equivalente a 21,93% da pauta.

A SOJA – Como destaca o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), as exportações de soja em grão totalizaram 2,41 milhões de toneladas em março, recorde histórico registrado para o mês. O destino de 77% deste volume foi a China, que sozinha importou 1,87 milhão da soja oriunda de Mato Grosso, quarta maior importação mensal desse país em todo o histórico. Se for considerado apenas o montante enviado à China durante março deste ano, este seria o sétimo maior volume mensal da história das exportações estaduais. “A demanda aquecida, principalmente por parte dos chineses, faz com que as exportações da soja produzida em Mato Grosso quebrem recordes pelo segundo mês consecutivo em 2014”.