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Leite saudável: melhoria na qualidade e na competitividade do setor leiteiro

Para melhorar a qualidade do leite brasileiro, a partir da assistência técnica nas propriedades, com gestão eficiente, melhoramento genético dos animais e ampliação da competitividade do setor lácteo, estão previstos até 2019 investimentos de R$ 387 milhões pelo programa Leite Saudável


Publicado em: 06/10/2015 às 17:15hs

Leite saudável: melhoria na qualidade e na competitividade do setor leiteiro

A iniciativa foi lançada nessa semana, na sede da Embrapa em Brasília, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), com apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), que será responsável pela assistência técnica.

O programa beneficiará 80 mil pequenos produtores, em 466 municípios, de cinco Estados – Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, que representam 72,6% da produção nacional. O objetivo é ampliar a produção de leite dos pequenos produtores, a maioria nas classes sociais D e E.

A iniciativa focará a atuação em sete eixos: assistência técnica gerencial, melhoramento genético, política agrícola, sanidade animal, qualidade do leite, marco regulatório e ampliação de mercados.

Outra ação do programa é o aumento da produtividade do leite, com ampliação das exportações e intensificação dos programas de defesa sanitária animal e atualização da legislação. Além disso, estimulará o consumo de leite no mercado interno, que atualmente é de 179 litros/habitante/ano, enquanto a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 200 litros/habitante/ano.

De acordo com o vice-presidente do Conselho Paritário Produtor/Indústria de Leite do Estado (Conseleite) e vice-presidente regional da Federação da Agricultura e Pecuária de SC (Faesc), Adelar Maximiliano Zimmer, o programa é positivo, principalmente, para incentivar os pequenos produtores e melhorar a sua estrutura a partir da assistência técnica e apoio para aquisição dos equipamentos necessários para adequações, a exemplo do resfriador de expansão e sala de ordenha, que possibilitam o mínimo contato com o leite. “Contudo, para ampliar a produtividade é fundamental ter animais de excelente qualidade, por isso, é indispensável o apoio para investimento na estrutura, genética e ampliação do prazo de pagamento dos recursos”, observou Zimmer.

SELEÇÃO DOS PRODUTORES

O MAPA e o Sebrae selecionarão agricultores com potencial de adotar práticas de melhoramento genético, para ampliar de 30% a 40% o uso de inseminação artificial.

Na parte da assistência técnica, os produtores de leite precisam atender a critérios para fazer parte do programa, que são: volume de produção (mínimo de 50 litros/dia e máximo desejável de 200 litros/dia), permanência do produtor por dois anos (assinatura de um termo de compromisso com o MAPA), comprovar o potencial para implementar as melhorias propostas pelo programa e estar inserida nas rotas de comercialização. A seleção dos produtores começa no dia 15 de outubro e o processo seletivo contará com o apoio do Senar, Sebrae, cooperativas e indústrias de laticínios.

Em Santa Catarina, a estimativa é de que o programa atenda aproximadamente 70 municípios, com a liberação de R$ 66,8 milhões para assistência técnica e extensão rural até 2019.

A assistência técnica gerencial do Senar trabalha de forma sistêmica em cinco passos para que a propriedade rural produza mais e melhor: diagnóstico produtivo individualizado; planejamento estratégico; adequação tecnológica; capacitação profissional complementar e avaliação sistemática de resultados. De acordo com o presidente do Conselho Administrativo do Senar/SC e presidente da Faesc, José Zeferino Pedrozo, nesta primeira etapa o serviço atenderá 3.560 propriedades nos cinco Estados, com visitas mensais de 4 horas nas propriedades e capacitações para produtores, que totalizará 120 horas/propriedade/ano. “As ações estarão voltadas a promover a expansão de todos os elos da cadeia produtiva do leite, com a melhoria da qualidade do produto e a ampliação da competividade do setor. Ao contrário da suinocultura e da avicultura, que estão ligados à agroindústria, com a produção de leite, o produtor é o único dono do seu próprio negócio. A atividade gera uma renda mensal às famílias e a produção de leite é uma vocação do Estado”, realça.

O atendimento oferecido pelo Senar também contemplará a qualificação, difusão de tecnologia e melhoria dos processos de gestão – por meio da assistência técnica e formação profissional rural aos produtores, trabalhadores, transportadores e técnicos multiplicadores da cadeia produtiva do leite, com adoção de boas práticas agropecuárias para melhoria da segurança e qualidade do leite produzido.

PRODUÇÃO DE SC

Santa Catarina é o quinto produtor nacional, o Estado gera 2,8 bilhões de litros/ano. Praticamente todos os estabelecimentos agropecuários produzem leite, o que gera renda mensal às famílias rurais e contribui para o controle do êxodo rural. O oeste catarinense responde por 73,8% da produção. Os 80.000 produtores de leite (dos quais, 60.000 são produtores comerciais) geram 7,4 milhões de litros/dia.

Fonte: MB Comunicação Empresarial/Organizacional

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