Publicado em: 02/07/2015 às 19:10hs
De maio para junho, o aumento do preço recebido pelo produtor (sem frete e impostos) foi de 2,2%, com o litro a R$ 0,9537 na “média Brasil” – ponderada pelo volume captado em maio nos estados de MG, PR, RS, SC, SP, GO e BA. O preço bruto (inclui frete e impostos) fechou a R$ 1,0413/litro, aumento de 2,7% em relação à média de maio/15, mas ainda 5,2% abaixo ao do mesmo período de 2014.
Aumentos no comparativo mensal ocorreram em todos os estados da “média Brasil”. Paraná e São Paulo registraram as maiores altas, de 4,4% e 3,5%, respectivamente, nos preços líquidos médios pagos ao produtor.
O cenário altista já era esperado; reflete o período de entressafra no Sudeste e Centro-Oeste e o aumento da competição entre cooperativas/laticínios por produtores dessas regiões. Já no Sul, a produção tem aumentado graças à utilização das forragens de inverno e, com isso, o Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-L/Cepea) ficou praticamente estável em maio, com ligeira alta de 0,43%, considerando-se os sete estados que compõem a “média Brasil” (BA, GO, MG, PR, RS, SC e SP). Em Santa Catarina, a captação de maio foi 6,99% maior que a de abril; no Paraná, aumentou 2,23% e, no Rio Grande do Sul, 1,9%. Já nas demais regiões, o volume produzido diminuiu. Na Bahia, a queda chegou a 4,23%, em São Paulo, foi de 2,61%, em Goiás, de 2,08% e em Minas, de 0,61%.
Pesquisadores do Cepea comentam que os preços atuais continuam baixos quando comparados aos de anos anteriores, ao passo que os custos permanecem em patamares relativamente altos, podendo inviabilizar a atividade. Ao mesmo tempo, diante de preços atrativos da arroba, muitos produtores, especialmente de pequena escala, têm optado por abater vacas, o que pode ter impactos negativos na produção futura de leite.
Para julho, a expectativa de representantes de laticínios/cooperativas consultados pelo Cepea é de continuidade do aumento nos preços. Entre os compradores entrevistados, 82,5%, que representam 76,4% do leite amostrado, acreditam em elevação e 17,5%, que representam 23,6% do volume captado, indicam estabilidade.
Tradicionalmente, com os reajustes positivos dos preços no primeiro semestre, a margem do produtor tende a aumentar. Neste ano, porém, os preços no início do ano estavam muito baixos e também os reajustes têm sido pequenos, o que tem limitado a recuperação das margens – tem sido mais lenta que em outras safras. Porém, espera-se que o movimento de alta dos preços se estenda por mais tempo.
No segmento de derivados, as cotações também acumularam alta em relação a maio, seguindo as tendências da entressafra. De acordo com colaboradores do Cepea, a demanda esteve boa nas três primeiras semanas do mês, puxando os preços para cima. Porém, na última semana, com um novo enfraquecimento das vendas, a indústria reduziu um pouco os preços para estimular a liquidez dos negócios. No atacado paulista, o leite UHT e o queijo muçarela tiveram valorização de 10,1% e 10,5% frente a maio. O leite UHT teve média de R$ 2,453/litro em junho e o queijo muçarela, de R$ 13,54/kg. A pesquisa sobre os preços de derivados do Cepea é realizada diariamente com laticínios e atacadistas e tem o apoio financeiro da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).
Fonte: CEPEA
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