Flores

Goivos: Muito usada em paisagismo e jardinagem, a flor também pode decorar ambientes e até dar um sabor exótico a receitas culinárias

Não é só de lojas de floricultura que sobrevive o comércio de flores no mercado brasileiro


Publicado em: 02/09/2014 às 13:30hs

Goivos: Muito usada em paisagismo e jardinagem, a flor também pode decorar ambientes e até dar um sabor exótico a receitas culinárias

Não é só de lojas de floricultura que sobrevive o comércio de flores no mercado brasileiro. Cultivadas por produtores profissionais do ramo, há espécies que têm como fim outros usos que não o plantio em vasos e cachepôs individuais.

Embora tenha a possibilidade de ser vendida também como flor de corte para decoração, formação de buquês e composição de arranjos florais, o goivo (Matthiola incana) é uma dessas plantas que, por aqui, são exploradas somente para utilização em projetos paisagísticos e de jardinagem em casas e estabelecimentos comerciais.

Apesar de atender a um segmento restrito, o goivo possui características que facilitam seu plantio e permitem ampliar a renda mensal do produtor. De crescimento rápido em comparação a outras espécies floríferas e de alta durabilidade no pós-colheita, é uma boa opção para quem tem a proposta de diversificar a oferta no mercado de flores.

O plantio do goivo, que se dá por semente, não exige muitos cuidados graças à rusticidade da espécie. A planta adapta-se melhor ao clima ameno, porém, com o uso de estufas, tem bom desenvolvimento em regiões de clima temperado, podendo ser cultivada em todo o país.

Bastante perfumadas, mais intensamente à noite entre algumas variedades, as flores do goivo podem ser simples e dobradas. As cores passam pelo branco, rosa, vermelho e violeta, além de contar com uma palheta de tons intermediários. De pequeno porte, o goivo tem inflorescências longas e eretas com altura, em média, de 45 centímetros, incluindo o caule levemente tortuoso e de base lenhosa.

Nativo da região mediterrânea, o goivo tem origem incerta entre os continentes europeu, africano e asiático. Relatos indicam que seu cultivo em escala comercial no mundo iniciou-se nos anos 1920. Por aqui, a maior parte dos exemplares encontrados é oriunda do Japão, onde produtores locais têm grande dedicação ao plantio da espécie.

Outro atributo das flores do goivo é o seu uso culinário, alternativa ainda pouco comum na alimentação do brasileiro. Contudo, a planta que for destinada à mesa deve ser livre de agrotóxicos ou de tratamento químico ao longo de seu desenvolvimento. Depois de bem lavadas e secas, as pétalas do goivo, que são ricas em nutrientes, dão ao prato um aspecto exótico a paladares mais apurados, misturando ao mesmo tempo um sabor levemente picante e doce.

"Simples e dobradas, de cores que passam pelo branco, rosa, vermelho e violeta, além de contar com uma palheta de tons intermediários, as flores são bastante perfumadas, sobretudo à noite, entre algumas variedades”

Mãos à obra:

INÍCIO: O cultivo de goivo ocorre a partir da multiplicação de sementes, que são encontradas em envelopes ou em maiores quantidades para o caso de produção intensiva. Estão à venda, geralmente, em supermercados, lojas de produtos agropecuários e casas de jardinagem. Recomenda-se fazer a semeadura no fim do verão ou no início do outono.

AMBIENTE: Espécie de clima ameno, o goivo também pode ser cultivado sob outras condições climáticas. Tolera frio intenso, porém, apenas curtos períodos de estiagem. Em regiões de clima temperado, a condução da planta deve ser realizada em ambiente protegido, desde a semeadura até a colheita, para que ela suporte o inverno. Instale a cultura em local que tenha incidência de sol pleno ou, se em estufas, a cobertura deve ser de plástico com 80% a 90% de transparência.

PLANTIO: Comece pela semeadura. Coloque de duas a três sementes em cada célula da bandeja a uma profundidade de 0,5 centímetro. A germinação inicia-se de sete a 14 dias depois da semeadura. O goivo se desenvolve melhor em solos arenosos, pois não suporta o excesso de água, que favorece o apodrecimento de raízes e caules provocado por fungos e bactérias. Apesar de não tolerar o excesso de água, não resiste à falta de irrigação, que deve ser realizada diariamente, porém, com baixo volume de água.

TRANSPLANTE: Quando a muda atingir 10 centímetros de altura, transfira-a para o canteiro com solo fértil, bem drenado e rico em matéria orgânica. As mudas devem ser plantadas com espaçamento de 20 a 30 centímetros entre plantas e entre linhas.

ADUBAÇÃO: Deve ser realizada mensalmente após o transplante. Atente-se para o uso de adubos corretos para as respectivas fases de crescimento e florescimento da planta. A quantidade de adubo e a sua concentração devem ser definidas após análise do solo e indicadas por agrônomos com referência. Observe o aparecimento de doenças e pragas que danificam as hastes e causam perda da produção e/ou da qualidade da haste floral.

PRODUÇÃO: O florescimento do goivo se dá naturalmente na primavera, mas em condições de cultivo protegido pode ocorrer mais de uma vez por ano. Após o florescimento, quando se procede à poda e à retirada da haste floral, em alguns casos pode-se conduzir a planta buscando a rebrota de mais hastes, que darão uma nova colheita. Porém, essas novas hastes poderão ser de qualidade inferior às colhidas anteriormente, pois podem ser de menor tamanho e reduzido número de flores. É bastante comum realizar apenas duas colheitas em cada lote de produção, fazendo-se um replantio de novas mudas no canteiro.

 

Fonte: Globo Rural

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