Análise de Mercado

Frango vivo: dentro do padrão, mas com o melhor desempenho do ano

Os meses de março, abril e junho, julho corrente encerram novamente com um índice de preços “muitíssimo similar ao da média histórica”


Publicado em: 31/07/2015 às 10:50hs

Frango vivo: dentro do padrão, mas com o melhor desempenho do ano

Trinta dias atrás, ao comentar as tendências vindouras do mercado de aves vivas, o AviSite observou que, repetindo o ocorrido nos meses de março, abril e junho, julho corrente poderia ser encerrado novamente com um índice de preços “muitíssimo similar ao da média histórica”.

Dito e feito. Só que com um resultado superior ao esperado. Porque, em relação à média histórica (20 anos decorridos entre 1995 e 2014), o preço médio de julho corrente se encontra 2,5 pontos percentuais acima.

Considerando-se que nos últimos cinco meses (isto é, excetuados janeiro e fevereiro) o preço médio alcançado pelo frango ficou menos de um por cento abaixo da média histórica, só se pode concluir que, a despeito de todas as vicissitudes de ordem econômica que o País enfrenta, mantém-se no setor o comportamento sazonal – aquele que demonstra que os menores preços do ano são registrados no mês de maio, obtendo-se a partir daí valorização contínua do produto até o final do exercício.

Devagar, porém, com esse raciocínio. Porque, neste momento, sua aplicação é exclusivamente teórica, não tem nada de prática. Pois tudo indica que o acompanhamento da média histórica ora observado está relacionado, muito mais (senão totalmente), à significativa ampliação das exportações e não à sazonalidade do mercado.

Em outras palavras, ainda que se esteja, internamente, consumindo maior volume de frango que em meses anteriores, tal movimento não vem redundando em valorização do produto. Porque, simplesmente, o consumidor está com sua capacidade aquisitiva exaurida. E isto é facilmente demonstrável: basta observar os preços alcançados pelo frango abatido no atacado paulistano.

Como não há redução da produção (pelo contrário, informações de mercado dão conta de que vem aumentando, podendo até, em julho corrente, alcançar novo recorde histórico), não foge à lógica concluir que, frente à retração de preços no consumo, a atual valorização do frango vivo vem sendo determinada pelas exportações, que enxuga a disponibilidade de aves vivas.

E se isso for verdade, é permitido concluir, também, que o processo de valorização atual é passageiro. Pois o aumento das exportações decorre de uma brecha de mercado aberta com a ocorrência da Influenza Aviária nos EUA – um incidente superável no médio prazo.

Não que a avicultura brasileira seja incapaz de preencher permanentemente a lacuna ora observada. O problema é o “custo Brasil”. Além do que os EUA devem retornar com pressão total assim que o problema atual for superado.

Por tudo isso, a presente coincidência de preços com a média histórica precisa ser encarada com necessária cautela. Ela, sem dúvida, prosseguirá por mais tempo. Mas, com certeza, não é algo que tenha chegado para ficar.

Fonte: Avisite

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