Brasil

Exportações à Argentina caem US$ 408 milhões

A Argentina foi responsável por 26% da queda das exporta­ções brasileiras de produtos manufaturados no primeiro trimestre. Ao todo, o País exportou US$ 18,2 bilhões no pe­ríodo, US$ 1,56 bilhão a me­nos que em igual intervalo do ano passado


Publicado em: 24/04/2014 às 17:50hs

Exportações à Argentina caem US$ 408 milhões

Dessa diferença, US$ 408 milhões deixa­ram de ser vendidos para os argentinos.

As exportações de manufatu­rados para a Argentina nos pri­meiros três meses de 2014 soma­ram US$ 3,28 bilhões, ante US$ 3,69 bilhões do ano passado. "Automóveis, autopeças e mo­tores foram responsáveis por 60% da queda", afirma o diretor de Desenvolvimento Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Carlos Abijaodi. Só em automóveis, os embar­ques caíram 31,5% no período e em autopeças, 19,8%.

Na tentativa de destravar o comércio de carros e peças, re­presentantes dos governos e das montadoras do Brasil e da Argentina se reúnem na próxima semana, em São Paulo, para acertar um mecanismo de finan­ciamento para as importações da Argentina.

Amanhã, o presidente da As­sociação Nacional dos fabrican­tes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, se reúne com o ministro do Desenvolvi­mento, Mauro Borges, em Brasí­lia, para detalhar a proposta brasileira a ser apresentada na se­mana que vem.

Na terça-feira, o encontro de representantes dos dois gover­nos em Buenos Aires para ava­liar o tema não foi conclusivo.

Pelos cálculos da CNI, a Ar­gentina só tem reservas para co­brir pouco mais de quatro me­ses de suas importações. As re­servas do país são as mais baixas desde o início de 2006.

Restrições

Se for levado em conta o período de 2011 a 2013, o Brasil deixou de exportar US$ 2,2 bilhões em diversos produ­tos aos argentinos, tendo como base o nível de comércio entre os dois países verificado em 2011, ano em que as exporta­ções brasileiras foram recorde.

Abijaodi ressalta que boa par­cela da queda é resultado das medidas de restrição do gover­no argentino ao produto de ori­gem brasileira. A crise argenti­na também tem sua parcela de responsabilidade, mas, o que se nota, segundo a CNI, é que a Ar­gentina também está substituindo parte dos produtos brasileiros por mercadorias de ou­tras regiões, especialmente da China.

De 2005 até agora, a partici­pação dos produtos do Brasil nas importações da Argentina caiu 11,6 pontos porcentuais (de 36,4% para 24,8%). Já as compras da China foram am­pliadas em 13,1 pontos (de 5,3% para 18,4%). "Por coincidência, o aumento da participação chinesa é quase o que desceu a participação brasileira", destaca Abijaodi.

A CNI reconhece que os pro­dutos brasileiros têm perdido "dinamismo e competitividade global, se concentrando cada vez mais na Argentina, especial­mente nos setores de veículos e autopeças". Por isso, a entidade defende a intensificação de me­didas de apoio ao aumento da competitividade e acordos co­merciais com outras regiões.

Fonte: O Estado de S. Paulo

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