Os dados, divulgados nesta segunda-feira, 21, pela Associação Brasileira dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), apontam que o volume estocado é suficiente para 23 semanas de consumo, se considerada uma média anualizada de 90 mil toneladas exportadas por mês de FCOJ, ou da transformação de outra formas de suco de laranja – fresco, por exemplo – no equivalente em suco concentrado.

O volume é ainda o mais baixo desde 30 de Junho de 2011, quando 214 mil toneladas estavam estocadas ao final da safra 2010/2011. A redução de 232 mil toneladas durante a safra 2013/2014 é maior que o consumo anual da Alemanha, segundo maior destino brasileiro. “Essa redução já era esperada, diante de uma produção de estimada em apenas 851 mil toneladas na safra passada, com vendas de 1,135 milhão de toneladas, considerando mercado interno e externo”, justificou Ibiapaba Netto, diretor-executivo da CitrusBR.

A associação que reúne as maiores produtoras e exportadoras da bebida – Cutrale, Citrosuco e Louis Dreyfus Commodities – avalia que os estoques devem recuar ainda mais e atingir 364 mil toneladas em 30 de junho de 2015, na passagem para a safra 2015/2016. Caso isso se confirme, o volume ficará próximo ao limite técnico, de 350 mil toneladas de FOCJ e equivalente estocados, e seria suficiente para apenas 16 semanas de consumo

A CitrusBR ainda ratificou a estimativa de que a safra 2014/2015 será de 308,8 milhões de caixas (40,8 quilos) de laranja no cinturão citrícola comercial entre São Paulo e Sul de Minas Gerais. Do total, 50 milhões de caixas devem ser destinadas ao mercado interno e 258,8 milhões de caixas poderão ser processadas pelas associadas e não associadas à entidade. A produção total de suco deve ser de 973 mil toneladas, com rendimento industrial de 265 caixas necessárias para a produção de uma tonelada de FCOJ.

Apesar da queda até agora, as exportações devem permanecer em torno de 1,08 milhão de toneladas e o mercado interno consumirá 55 mil toneladas de suco. “Nos últimos meses temos observado períodos longos de estiagem, que podem afetar a produção de fruta, mas, por outro lado, a safra ainda está no começo e muita coisa pode mudar nas questões climáticas”, avalia Netto.

O levantamento de estoques é realizado por auditorias externas independentes das empresas associadas e, posteriormente, consolidado por outra auditoria. São calculados e somados os totais de suco nas indústrias, em movimento, seja em caminhões ou navios, bem como nos terminais localizados em Santos (Brasil), Roterdã (Holanda), Ghent e Antuérpia (Bélgica), Flórida e New Jersey (EUA), Toyohashi (Japão) e New Castle (Austrália). Os estoques contemplam ainda o suco armazenado em tambores em terminais de terceiros nos locais de destino.