Pesquisas

Entidade estuda navegabilidade da hidrovia do rio Paraguai em MS

ITTI realiza estudo a pedido do DNIT que pretende ampliar uso da hidrovia


Publicado em: 02/09/2014 às 09:10hs

Entidade estuda navegabilidade da hidrovia do rio Paraguai em MS

Hidrovia tem 3.442 km entre Cáceres (MT) e Nova Palmira (Uruguai)

O Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura (ITTI), da Universidade Federal do Paraná (UFPR), está realizado o estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental (Evtea) da hidrovia do rio Paraguai.

Segundo o ITTI, o trabalho está sendo realizado por pedido da Diretoria de Infraestrutura Aquaviária (DAQ), do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), que pretende ampliar o transporte de cargas pela hidroviária, desafogando o modal rodoviário em Mato Grosso do Sul.

De acordo com o instituto, a hidrovia do rio Paraguai é uma das que oferece as melhores condições de navegação no país. Vai de Cáceres, em Mato Grosso, até Nova Palmira, no Uruguai. São 3.442 quilômetros que servem Brasil, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai, dos quais 1.270 km ficam em território brasileiro.

De acordo com dados da Administração da Hidrovia do Paraguai (Ahipar), mais de 6 milhões de toneladas de cargas são transportadas pela hidrovia anualmente, sendo escoados principalmente minério de ferro e manganês.

Estudo

O coordenador-geral do estudo, Eduardo Ratton, explica que no trabalho estão sendo pesquisadas além das características físicas da hidrovia, todas as diretrizes de ordem econômica que interagem com o seu entorno, se levantando as questões socioeconômicos e ambientais da região.

Ele diz que o resultado do levantamento será um quadro completo da hidrovia, de modo que sua utilização seja econômica e ambientalmente viável, além de segura e com seu uso pleno como corredor hidroviário até o cenário de 2035.

Dentro do estudo, o coordenador diz que já foi realizada uma expedição ao longo do canal principal do rio Paraguai. Dividida em duas etapas, a expedição percorreu o Tramo Norte do rio, entre os municípios de Cáceres e Corumbá, em Mato Grosso do Sul, somando 700 quilômetros de navegação, e Tramo Sul, entre Corumbá e a foz do Rio Apa, trecho com aproximadamente 600 quilômetros.

Os trabalhos incluíram a avaliação e o cadastramento da sinalização náutica, identificação dos processos erosivos existentes nas margens e possíveis impactos ambientais, rastreamento do canal navegável e determinação de sua profundidade, entre outras atividades.

“O intuito da expedição foi avaliar e cadastrar as condições de navegabilidade da bacia identificando as áreas de difícil navegação, bem como avaliar a sinalização do trecho e a ocorrência de impactos ambientais ao longo das margens”, comenta Ratton.

Navegabilidade

Conforme o ITTI, o rio Paraguai, nas épocas de cheias, é altamente viável para a navegação, entretanto, nos períodos de estiagem, ela fica comprometida com o aparecimento de bancos de areia. Deste modo, a expedição realizou a batimetria, que é a medição de profundidades mínimas ao longo do rio e nos pontos críticos do rio.

“Pudemos perceber que o Tramo Norte está bem preservado e tivemos apenas dificuldade de navegação devido à presença de aguapés, conhecidos como camalotes, que encobriam todo o rio em uma extensão de aproximadamente quatro quilômetros. Esse fenômeno é conhecido na região como “entupimento””, concluiu o engenheiro civil da UFPR, Carlos Nadal.

 

Fonte: Agrodebate

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