Publicado em: 23/09/2014 às 11:10hs
Ruim para o produtor, que deverá sentir na pele uma queda de preços dos produtos que vai colher, mas positivo para o controle da inflação, que terá um peso menor do grupo de alimentação na sua composição.
A avaliação é de Paulo Rabello de Castro, da RC Consultores. Ele prevê que a queda de preços dos alimentos abrirá espaço para o governo fazer correções nos grupos de habitação e de transportes.
Esses dois grupos englobam energia e combustíveis, cujos preços estão defasados e necessitarão de correções.
O produtor brasileiro terá diante de si um grande dilema, segundo Rabello. Manter o ritmo intenso de produção da safra 2013/14 ou pisar no freio e plantar menos neste período 2014/15.
Se a produção se mantiver no mesmo ritmo do deste ano, quando o Brasil obteve safra recorde, o produtor vai comercializar seus produtos com preços mais deprimidos.
Rabello diz que essa indefinição explica o quão devagar está a comercialização da safra futura. Segundo ele, apenas 11% da soja da safra 2014/15 foi vendida a termo. No mesmo período do ano passado, o produtor já havia comercializado 40% da safra.
O produtor vive esse dilema porque os preços das commodities continuam desabando no mercado internacional, com reflexos fortes, é claro, também no interno.
Dados da RC Consultores apontam que as negociações atuais com a soja indicam uma desvalorização de 38% em relação aos melhores preços obtidos neste ano, em 29 de abril. No caso do milho, a queda é de 36%.
Acompanhamento diário da Folha indica que o primeiro contrato de soja, negociado em Chicago, tem queda de 29% nos últimos 12 meses. O do milho recuou 27%.
Os estoques de milho dos EUA, que já haviam subido 73% na safra 2013/14, deverão subir mais 74% na 2014/15, aponta a RC.
No mercado interno, a pesquisa diária da Folha nas principais regiões produtoras indica que a soja está sendo negociada com 17% de queda em relação aos valores de há um ano. O milho caiu 6%.
Fonte: Folha de S. Paulo
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