Análise de Mercado

Em maio, IBGE prevê safra 5,2% menor que a de 2017

A quinta estimativa de 2018 para a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas totalizou 228,1 milhões de toneladas, 5,2% inferior à de 2017 (240,6 milhões de toneladas), redução de 12,5 milhões de toneladas.


Publicado em: 12/06/2018 às 11:30hs

Em maio, IBGE prevê safra 5,2% menor que a de 2017

A estimativa da área a ser colhida foi de 61,2 milhões de hectares, acréscimo de apenas 43.260 hectares frente à área colhida em 2017. Em relação à estimativa de abril (230,0 milhões de toneladas), a produção caiu 0,8%, ou 1,9 milhão de toneladas, e a área teve o pequeno aumento de 4.521 hectares (0,0%). Somados, o arroz, o milho e a soja são 92,9% da estimativa da produção e 87,0% da área a ser colhida.

Em relação a 2017, houve alta de 2,6% na área da soja e reduções de 7,3% na área do milho e de 3,6% na área de arroz. Já a produção de soja deve alcançar seu recorde histórico com 115,8 milhões de toneladas, 0,7% maior que no ano passado, enquanto milho e arroz devem cair 15,1% e 7,0%, respectivamente. A publicação completa, a série histórica e a apresentação do LSPA estão à direita dessa página.

Entre as Grandes Regiões, a produção apresentou a seguinte distribuição: Centro-Oeste (101,4 milhões de toneladas), Sul (75,4 milhões de toneladas), Sudeste (23,1 milhões de toneladas), Nordeste (19,6 milhões de toneladas) e Norte (8,6 milhões de toneladas).

Estimativa de maio em relação a abril de 2018

Em maio, destacaram-se as variações nas seguintes estimativas de produção em relação a abril: algodão herbáceo (4,5%), café canephora (4,1%), café arábica (2,9%), milho 1ª safra (0,2%), soja (0,1%), feijão 1ª safra (-0,2%), milho 2ª safra (-3,4%), feijão 3ª safra (-4,5%) e feijão 2ª safra (-5,1%).

ALGODÃO HERBÁCEO (em caroço) – A estimativa da produção foi de 4,7 milhões de toneladas, aumento de 4,5% em relação a abril. Os maiores aumentos foram no Mato Grosso (144,7 mil toneladas) e na Bahia (57,5 mil toneladas). No Mato Grosso, a estimativa da produção foi de 3,1 milhões de toneladas (aumento de 4,9% em relação a abril) e área plantada de 765,2 mil hectares (aumento de 5,2%). Já o rendimento médio foi reavaliado com redução de 0,3%. O Mato Grosso é o maior produtor brasileiro de algodão, representando 66,8% da estimativa da produção para 2018. Na Bahia, a estimativa da produção foi de 1,1 milhão de toneladas, aumento de 5,7% em relação ao mês anterior. A área plantada aumentou 1,6%, totalizando 264,2 mil hectares, e o rendimento médio, aumento de 4,0%. O clima tem beneficiado as lavouras no oeste do estado.

CAFÉ (em grão) – Estimada em 3,4 milhões de toneladas, ou 57,1 milhões de sacas de 60 kg (aumento de 3,2% em relação a abril), a produção de café é recorde na série histórica. O rendimento médio aumentou 3,3%, em decorrência do clima. A estimativa da produção do café arábica, de 2,6 milhões de toneladas, ou 43,4 milhões de sacas de 60 kg, foi elevada em 2,9% em relação ao mês anterior, com o rendimento médio aumentando 3,2%.

Para o café canephora (conillon), a estimativa da produção foi de 822,0 mil toneladas (13,7 milhões de sacas de 60 kg), aumento de 4,1% em relação ao mês anterior. A área plantada e a área colhida tiveram aumento de 0,8% e 0,7%, respectivamente, enquanto o rendimento médio aumentou 3,3%. O destaque coube à Bahia, que elevou sua estimativa da produção para 117 mil toneladas (1,9 mil sacas de 60 kg), aumento de 38,2% em relação a abril. O rendimento médio teve aumento de 29,5%, com 2.438 kg/ha. A abundância e boa distribuição das chuvas favoreceu a produção da Bahia. Juntamente com a recuperação da produção do Espírito Santo (+38,3%), após dois anos de seca, e as boas safras de Rondônia, espera-se em 2018 a maior produção de café conillon da série histórica do IBGE. Esses três estados devem responder por 95,8% da produção nacional em 2018.

FEIJÃO (em grão) – Comparada ao mês de abril, houve uma redução de 1.085 hectares na estimativa para a área plantada com feijão total. O rendimento médio e a produção também sofreram reduções de 2,5% e 2,8%, respectivamente, em suas estimativas. A 1ª safra de feijão foi estimada em 1,6 milhão de toneladas (-0,2% frente abril). O Piauí teve sua estimativa de produção reduzida em 15,3% em relação ao mês anterior, em decorrência dos declínios de 10,8% do rendimento médio e de 5,0% na área colhida. A Paraíba aumentou a estimativa para a área plantada em 33,1% e a de produção em 31,5%, tendo o rendimento médio declinado 1,1%. Ceará, responsável pela maior área de feijão 1ª safra da Região Nordeste (433,3 mil hectares), teve redução de 2,7% nesta estimativa, mas a estimativa de produção aumentou 3,1%, com rendimento médio de 266 kg/ha (6,0% maior que abril).

A estimativa de produção para a 2ª safra de feijão foi de 1,3 milhão de toneladas (-5,1%) e o rendimento médio ficou 5,3% menor. A área plantada aumentou de 0,1%. No Paraná, uma estiagem comprometeu o desenvolvimento das lavouras, e o rendimento médio e a produção estimada declinaram, respectivamente, 19,8% e 20,4%. Para a 3ª safra de feijão, a estimativa de produção é de 559,2 mil toneladas (-4,5% frente a abril), influenciada por Goiás (-17,2% na área a ser plantada e -16,5% na estimativa da produção).

MILHO (em grão) – A estimativa de produção (84,6 milhões de toneladas) é 2,3% menor que em abril, refletindo a redução da estimativa da produção do Paraná (-2,2 milhões de toneladas ou -18,3%), que teve a segunda safra afetada por uma estiagem. O rendimento médio estimado declinou 18,1%. Para a primeira safra, a produção estimada foi de 25,7 milhões de toneladas, aumento de 0,2% em relação ao mês anterior. As maiores alterações positivas em termos de volume de produção em maio, frente a abril, foram: Paraná (65,5 mil toneladas), Ceará (19,9 mil toneladas), Paraíba (16,4 mil toneladas) e Rio Grande do Norte (3,1 mil toneladas). Negativamente, assinala-se o Piauí (52,9 mil toneladas).

Para a segunda safra, a produção foi estimada em 58,9 milhões de toneladas (-3,4% em relação a abril). Além do Paraná, que reduziu sua estimativa de produção para 10,0 milhões de toneladas, contra 12,2 milhões de toneladas em abril, tiveram retração: Goiás (172,1 mil toneladas), Piauí (9,2 mil toneladas) e Tocantins (15,1 mil toneladas). Em Goiás, as perdas ocorrem devido ao atraso no plantio da soja, que pode prejudicar as lavouras de milho segunda safra.

SOJA (em grão) – A estimativa da produção brasileira de soja, de 115,8 milhões de toneladas, aumentou 0,1% em relação ao mês anterior, com mais um recorde de produção nacional. Houve atualização das produções do Mato Grosso (+0,7% ou 220,3 mil toneladas), Goiás (+0,1% ou 7,0 mil toneladas) e Tocantins (-3,5% ou 92,5 mil toneladas), com suas produções alcançado, respectivamente, 31,4, 11,7 e 2,6 milhões de toneladas. Em relação a 2017, a produção brasileira de soja cresceu 0,7%, em decorrência da área plantada, que aumentou 2,6%. Ao todo, foram cultivados 34,8 milhões de hectares, o que representa 56,9% de toda a área cultivada com cereais, leguminosas e oleaginosas do país.

Estimativa de maio em relação à produção obtida em 2017

Dentre os 26 produtos pesquisados, dezessete apresentaram variação positiva na estimativa de produção em relação ao ano anterior, conforme tabela abaixo.

O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) é uma pesquisa mensal de previsão e acompanhamento das safras dos principais produtos agrícolas, com informações das Comissões Municipais (COMEA) e/ou Regionais (COREA); consolidadas pelos Grupos de Coordenação de Estatísticas Agropecuárias (GCEA) e posteriormente, avaliadas pela Comissão Especial de Planejamento Controle e Avaliação das Estatísticas Agropecuárias (CEPAGRO) constituída pelo IBGE e o Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (MAPA).

Os levantamentos para cereais (arroz, milho, aveia, centeio, cevada, sorgo, trigo e triticale), leguminosas (amendoim e feijão) e oleaginosas (caroço de algodão, mamona, soja e girassol) foram realizados em colaboração com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), órgão do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), continuando um processo de harmonização das estimativas oficiais de safra, iniciado em março de 2007.