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Custo do milho é recorde no MT em ano de produção baixa

Conforme dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a segunda safra de milho 2015/16, em Mato Grosso, será marcada por uma produtividade bastante comprometida por causa dos impactos climáticos sobre as lavouras


Publicado em: 30/06/2016 às 19:30hs

Custo do milho é recorde no MT em ano de produção baixa

Enquanto isso, na outra ponta, também se tem outras certezas, primeiro de que esta é a safra com recorde de custo de produção e segundo, que na medida em que a colheita avança, além de confirmar que o rendimento médio por hectare pode ser ainda menor, os trabalhos no campo revelam a baixa qualidade do grão. Problemas que podem afetar a renda do produtor, ou que já estão afetando a receita. Como destacou a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), as perdas de produtividade nas lavouras estão acima dos 50% em algumas propriedades do Estado.

Como destaca o Imea, enquanto a produtividade caminha para trás, para um saldo de quatro ciclos passados, por exemplo, o custo de produção é recorde, de safra para outra passou de R$ 1,97 mil para R$ 2,55 mil. Fora isso, com a intensificação da colheita a partir de agora, quando os trabalhos chegarão às áreas semeadas de forma mais tardia e fora da janela ideal, a tendência é a de que a produtividade estadual reduza ainda mais, aumentando a diferença entre custo de produção e produtividade, ou seja, deixando o ponto de equilíbrio cada vez mais desfavorável ao produtor.

Até o momento a estimativa do Órgão é de um rendimento médio no Estado de 83,4 sacas por hectare (sc/ha). “Se comparado, esse rendimento ao que se viu na safra 2010/11, cuja produtividade foi a menor das últimas cinco safras, observa-se uma evolução de 25%, mesmo assim significaria o segundo pior desde então. Paralelamente, o custo variável apresentou constantes altas, safra a safra, estando neste ano 72% superior ao que se viu há cinco anos. O cenário, portanto, é da produtividade voltando a patamares próximos há cinco anos, mas com custos de produção recordes. Isso reflete diretamente no bolso do produtor mato-grossense, pois o ponto de equilíbrio, ou seja, o preço médio pelo qual cada saca de milho precisa ser vendida para cobrir o custo variável está 37% superior ao da safra 2010/11, registrando, assim, o maior patamar já visto”, explicam os analistas do Imea.

O preço - Mesmo apresentando desvalorização pontual da saca nos últimos dias, a cotação do milho em Mato Grosso segue melhor do que há um ano quando estava em torno de R$ 13,94 contra R$ 28,90, valor que em relação à semana passada traz perdas de pouco mais de 12%.

A baixa oferta de milho em Mato Grosso, MT, causada pela demanda aquecida da safra 2014/15 e os problemas climáticos da safra atual, elevaram os preços do cereal. Com o aumento da oferta ocasionado pelo avanço da colheita no Estado, o preço recuou nos últimos dias, e pode continuar nesse movimento no próximo mês, o que costuma acontecer neste período em que os trabalhos de campo são intensificados, como observam os analistas do Imea. Entretanto, eles também chamam à atenção para um outro cenário. “Com a expectativa de quebra que rodeia a safra 2015/16 no Estado, o preço interno do milho ainda pode voltar a subir, isso porque, quando as plantas mais prejudicadas, as que foram semeadas após a janela ideal, forem colhidas, a produtividade média deve convergir para o que se estima para o final da safra. Caso o mercado interno mantenha a demanda firme neste período, o preço do milho pode sofrer uma pressão de alta. Desta forma, a necessidade de compra do cereal deve ser o principal indicador da direção dos preços para julho deste ano”.

Fonte: Diário de Cuiabá

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