Clima

Concentração da chuva causa impacto na produção de milho, cana, hortaliças, frutas e flores em SP

O plantio de janeiro da cana-de-açúcar também deve ter sido afetado, de acordo com Brunini


Publicado em: 30/01/2017 às 10:55hs

Concentração da chuva causa impacto na produção de milho, cana, hortaliças, frutas e flores em SP

Índices pluviométricos registrados em janeiro de 2017 estão dentro da média histórica na maioria das cidades paulistas, de acordo com informações do Centro Integrado de Informações Agrometeorológicas (Ciiagro), do Instituto Agronômico (IAC-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Apesar de o volume de chuva deste ano estar dentro da média histórica para a maioria das regiões paulistas, a concentração e constância das precipitações dos últimos dias causaram impacto na produção de alguns produtos agrícolas, como milho safrinha, cana-de-açúcar, hortaliças, frutas e flores, além de ter dificultado o manejo de solo e tratos culturais.

O pesquisador do IAC Orivaldo Brunini aponta que as chuvas da última semana podem ter causado impacto na produção de milho safrinha em Capão Bonito e na região do Médio Paranapanema. “O plantio antecipado em Capão Bonito fez com as plantas fossem submetidas a altas temperaturas no início do mês e agora com excesso hídrico e baixa luminosidade, o que causa prejuízos na polinização. Os plantios na região do Médio Paranapanema podem atrasar”, explica.

O plantio de janeiro da cana-de-açúcar também deve ter sido afetado, de acordo com Brunini. A baixa luminosidade e o alto índice de chuvas favorecem o florescimento da cana em variedades sensíveis e a alta umidade é um fator prejudicial para o plantio da cultura. A colheita também deve ter sido afetada.

Essas condições climáticas causam impacto na produção de hortaliças folhosas, afetando a qualidade das folhas e ocasionando o aumento da incidência de doenças. Impactam também a qualidade de frutas como figo e uva, e flores, que não estão sendo cultivadas em sistema protegido.

Chuva

De acordo com dados do IAC, em Campinas choveu 267,46 milímetros de 1º a 26 de janeiro de 2017. A média de chuva para a cidade em janeiro, porém, é de 272,9 milímetros. O volume de chuva para os primeiros 26 dias de janeiro na cidade foi superior ao volume total registrado para o mês todo em 2015, quando choveu 202,95 mm, e 2014, quando foram registrados 181,35 mm.

Outros municípios, porém, registraram chuvas acima da média, como Franca, em que até 26 de janeiro de 2017 foi registrada precipitação de 425,70 mm, enquanto sua média histórica para o período é de 292,8 mm; e Vargem, com 340,11 mm em janeiro de 2017, quantidade superior aos 263,3 mm de média.

Observa-se que alguns locais já ultrapassaram a média do mês de janeiro. Porém, não se atingiu ainda valores máximos históricos, como Campinas, que já apresentou 629 mm no mês, e Ribeirão Preto, com valores acima de 430 mm. Os dados registrados fazem parte do Ciiagro, do IAC. O trabalho conta com o apoio da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), também da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

Para o secretário Arnaldo Jardim, São Paulo é hoje o Estado com maior quantidade de informações meteorológicas do Brasil, um trabalho com impactos positivos no campo e nas cidades. “No campo, as informações são usadas para orientar as etapas do processo de produção e indicar adequadamente variedades adaptadas às condições climáticas da região onde se pretende cultivar. A ferramenta agrometeorológica contribui para o uso racional dos insumos e sua aplicação no melhor momento, evitando coincidências com os períodos chuvosos. Este trabalho é uma das diretrizes do governador Geraldo Alckmin, pois melhora a produção”, afirma.