Publicado em: 16/03/2018 às 18:40hs
A trégua das chuvas tem ajudado e as regiões oeste e médio norte são as mais próximas da conclusão da colheita, sendo a porção oeste, com os trabalhos acelerados em relação ao mesmo período do ano passado. A média estadual segue com ritmo aquém do verificado em igual momento do ano passado.
No fim da semana passada, Mato Grosso havia colhido 82,83% da área de 9,46 milhões de hectares plantados com a oleaginosa. Em igual momento de 2017 eram 88% da área e na média dos últimos cinco anos, o volume colhido atingia 83%. Em um recorte mais detalhado, o oeste mato-grossense está muito próximo da conclusão da colheita, já que dos 1,07 milhão de hectares, 97,92% estavam colhidos até o último dia 8, sendo que em igual data do ano passado, o volume era de 96,30%. Das sete regiões definidas pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) – centro sul, médio norte, nordeste, noroeste, norte, oeste e sudeste – apenas o noroeste (+7,99 pontos percentuais) e o oeste (+1,62 pontos percentuais) estão em vantagem sobre a safra 2016/17, todas as outras apresentam atrasos desde o inicio dessa etapa, ainda em janeiro.
Os mato-grossenses seguem na dianteira entre os estados, com 85% de sua área já colhida, seguidos por Goiás e Rondônia (75%), Mato Grosso do Sul (69%), São Paulo (57%), Paraná (49%) e Minas Gerais (38%).
Nos últimos dias, a colheita avançou sem maiores percalços em todo o país e já está praticamente concluída no oeste do Paraná e no norte e oeste de Mato Grosso, como também observa a Consultoria AgRural.
Brasil – A área semeada com soja na safra brasileira 2017/18 estava 48% colhida até quinta-feira (08), de acordo com levantamento da AgRural. O número representa avanço de 13 pontos em uma semana e supera em dois pontos a média de cinco anos, que é de 46%. Ainda há atraso, porém, em relação aos 56% da safra passada.
Estimativa – Em mais uma revisão de projeções à soja mato-grossense nesse início de mês, a AgRural não apenas manteve dados históricos à sojicultura estadual, como ampliou o ganho anual. Se tudo correr como o previsto, Mato Grosso contabilizará mais um recorde, recorde esse de produção e de produtividade com saldo superior {a supersafra} a temporada passada. A oferta pode atingir 32 milhões de toneladas e uma produtividade média de 56,9 sacas por hectare (sc/ha).
A expansão, que vai se consolidando na medida em que a colheita avança, não fazia parte de nenhuma bolsa de apostas até meados de janeiro, já que o plantio retardou, foi interrompido, refeito e bastante prejudicado em algumas regiões. Os novos números não trazem alteração sobre a área plantada, que segue em 9,4 milhões de hectares (ha), confirmando que a variação se sustenta no rendimento.
Na atualização das estimativas ao Estado, no início do mês passado, a AgRural já havia reajustado para cima as percepções iniciais, como pontua a analista, Daniele Siqueira. Os números de fevereiro apontaram para produtividade 55,5 sc/ha e produção 31,2 milhões de toneladas, desenhando um cenário totalmente diferente do que se previa. Para março, o incremento apontado supera toda a série histórica do Imea, tanto em produção quanto em produtividade. O Imea também projeta recorde, 31,78 milhões t, 1,66% acima do recorde anterior e produtividade de 55,98 sc/ha (+1,06%).
Total – Na nova revisão mensal da safra 2017/18 de soja do Brasil a produção, que no início de fevereiro havia sido elevada de 114 milhões para 116,2 milhões de toneladas é agora estimada em 117,9 milhões. A área, estável em relação a fevereiro e 2,4% maior que a da safra passada, é de 34,7 milhões de hectares. A produtividade, estimada em 55,8 sacas por hectare no mês passado, subiu para 56,6 sacas – acima das 56,1 sacas de 2016/17 e, portanto, novo recorde para o país.
O aumento deveu-se a ajustes de produtividade em diversos estados, com destaque para os do Matopiba. Com chuvas muito favoráveis ao longo de fevereiro, a produtividade dos quatro estados foi elevada para níveis recordes, finalmente superando as marcas feitas em 2007/08 no Piauí, em 2010/11 na Bahia e no Maranhão e em 2011/12 no Tocantins.
Também houve ajustes para cima em relação ao mês passado nos três estados do Centro-Oeste (todos recordes) e em São Paulo e Minas Gerais (ambos com recorde). Em Santa Catarina e Rondônia, as produtividades de fevereiro, que já eram recordes, foram mantidas. Em contrapartida, houve cortes no Rio Grande do Sul, devido à falta de chuva no sul do estado, e no Paraná, onde o rápido avanço da colheita registrado na semana passada mostrou produtividades abaixo do esperado na região oeste, que teve chuvas acima do normal ao longo da safra.
Safrinha – A safra de milho também passou por revisão mensal. A AgRural ainda não trabalha estimativas para produtividade e produção, por estado. “Usamos linha de tendência para Centro-Sul e Brasil até abril, quando então passamos a levantar produtividade e produção por estado”, explica a analista.
Para Mato Grosso houve um ajuste positivo sobre a área plantada que passa de 4,43 milhões de hectares em fevereiro para 4,45 milhões de hectares.
Para a safrinha brasileira, a área teve um leve incremento em relação a fevereiro, passando de 11,6 milhões para 11,7 milhões de hectares no Brasil. Apesar do atraso no plantio, a melhora recente dos preços do cereal estimulou os produtores a não reduzirem ainda mais a área, que já tem queda de 3,6% em relação ao ano passado. A produção, baseada por enquanto em linha de tendência de produtividade, está agora em 64 milhões de toneladas, contra 63,6 milhões em fevereiro.
Fonte: Diário de Cuiabá
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