CNA defende revisão do regime de importação da amêndoa do cacau pelo regime de Drawback

Pedido com urgência foi entregue ao governo federal na última reunião do Conselho Consultivo do Setor Privado (Conex), em Brasília


Publicado em: 04/08/2015 às 18:50hs

CNA defende revisão do regime de importação da amêndoa do cacau pelo regime de Drawback

O presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, pediu a revisão do Regime de Drawback para o cacau brasileiro, instrumento pelo qual o país importa insumos isentos de tributação para industrialização de determinado produto para exportação. A solicitação foi entregue na última quarta-feira (29/7), na reunião do Conselho Consultivo do Setor Privado (Conex), formado por entidades empresariais que assessoram a Câmara de Comércio Exterior (Camex) do governo federal.

A reivindicação é justificada pelo retorno da autossuficiência do Brasil na produção de cacau, que totalizou 279 mil toneladas em agosto. Deste total, 229 mil toneladas foram destinadas à moagem, gerando excedente de 50 mil toneladas. O Brasil já havia importado 35 mil toneladas da amêndoa em 2014 pelo sistema do drawback. O pedido faz parte de uma lista de prioridades encaminhadas pela CNA ao governo federal na pauta de comércio exterior. A Camex é presidida pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio exterior, Armando Monteiro.

“O Brasil, que já foi grande exportador de cacau no passado, passou a ser importador devido a problemas como a vassoura-de-bruxa, que surgiu no final da década de 90. Quando isso aconteceu, todo modelo comercial do cacau foi revisto e o drawback entrou em cena. Agora, com a clara retomada da produção brasileira, sendo o país, novamente, um potencial exportador, é fundamental revisar a política de drawback para o cacau, garantir uma concorrência leal e evitar a desestruturação do mercado interno”, explicou o presidente da CNA e da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (FAEB), João Martins.

Com o excedente, os produtores de cacau brasileiros enfrentaram problemas com a comercialização, gerando deságio que já atinge US$ 500 por tonelada. A CNA também propôs que o critério de reexportação por valor seja substituído pela equivalência de cacau no produto final e que o prazo dessa reexportação seja reduzido dos atuais 24 meses para seis meses. “Esse é o tempo máximo que a amêndoa pode ficar estocada, mantendo a garantia do produto. Depois disso, perde qualidade. Esse prazo de dois anos beneficia apenas a indústria”, pontua Martins.

O pedido foi feito levando em conta os principais estados produtores da fruta. A Bahia é responsável por aproximadamente 64% da produção nacional do cacau, sendo o principal estado produtor, o que levou a FAEB a solicitar à CNA que a questão fosse levada à reunião do Conex. Mas outras unidades da Federação também têm se destacado nos últimos anos na produção, como Pará e Rondônia. Recentemente, a entidade solicitou ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) a revisão das análises de risco de praga da amêndoa do cacau importada pelo Brasil de outros países, principalmente Costa do Marfim, Gana e camarões, que lideram a oferta global do produto.

Fonte: Assessoria de Comunicação CNA

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