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Chocolate 100% brasileiro

Demanda por cacau fino é crescente. Produtores chegam a receber 70% a mais que os preços praticados pelo mercado


Publicado em: 29/07/2014 às 13:00hs

Chocolate 100% brasileiro

A produção de chocolates 100% brasileiros foi tema do II Fórum do Cacau e Chocolate realizado nesta sexta-feira (25/07) durante o VI Festival Internacional do Chocolate e Cacau, que acontece até o próximo domingo (27/07) em Ilhéus, na Bahia. “O Brasil pode ser o maior fornecedor de matéria-prima de chocolate gourmet do mundo”, diz Eimar Rosa, diretor da M. Libânio Agrícola, que conta com 9 fazendas de cacau.

De acordo com ele, a produção de cacau fino caminha a passos lentos, mas é crescente. Desde 2004 alguns produtores baianos se esforçam para melhorar a qualidade da matéria-prima que produzem na região. “O cacau brasileiro era conhecido mundialmente como um produto de baixa qualidade. Mudamos completamente essa realidade e o cacau brasileiro já foi, inclusive, premiado no Salão Internacional que acontece anualmente em Paris”, disse Rosa.

Um dos agricultores que investiu pesado na qualidade de sua produção foi João Tavares, proprietário da fazenda Leolinda. “Melhorar a qualidade agregou um valor imenso à minha produção, não apenas sob o ponto de vista financeiro, mas também sob a ótica ambiental e social”, diz o produtor. Tavares lembra que em 2006, no auge de uma das muitas crises que atingiu o segmento cacaueiro nos últimos 25 anos, vendeu duas sacas de cacau, volume que no ano passado superou as 5 mil sacas. “Quando comecei a mudar o padrão da minha fazenda era tido como louco, hoje 70% da minha safra é de cacau fino”, diz.

Na avaliação de Tavares, um cacau fino é caracterizado por amêndoas sem adstringência, com baixo amargor, acidez agradável e um cacau com personalidade, contendo, por exemplo, a presença de notas florais ou cítricas. João Tavares é um dos fornecedores da Harald, empresa que mais tem apoiado a melhoria da qualidade da produção nacional nos últimos anos. “Remuneramos o produtor de cacau fino com um adicional de 70% sobre os preços praticados pelo mercado”, diz Ernesto Ari Neugebauer, presidente e fundador da Harald, empresa que atua há 32 anos no mercado nacional e que está expandindo a taxas de 50% ao ano a produção de chocolate fino.

Fonte: Globo Rural

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