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Café: Flores da safra 16/17 estão queimando com altas temperaturas; meteorologia aponta precipitações apenas para próxima semana

Mapas climáticos da Somar Meteorologia apontam que o tempo deve permanecer quente e seco na maior parte das áreas produtoras de café do Sudeste, incluindo Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia e Mogiana, nos próximos dias


Publicado em: 20/10/2015 às 10:45hs

Café: Flores da safra 16/17 estão queimando com altas temperaturas; meteorologia aponta precipitações apenas para próxima semana

Informações reportadas pela Reuters na manhã desta quarta-feira dão conta que precipitações mais generalizadas devem ser registradas no cinturão apenas na próxima semana, na melhor das hipóteses. Sem chuvas, algumas flores e botões florais já estão queimando devido às altas temperaturas, no Sul de Minas.

Diante desta situação, cafeicultores temem uma nova quebra na próxima temporada com o clima, que passa a ser fundamental para a produção da safra 2016/17 de café no Brasil, maior produtor e exportador da commodity no mundo. Na segunda quinzena de setembro as chuvas induziram boas floradas nos cafezais do cinturão produtivo, animando os cafeicultores após consecutivos anos de quebra na safra. Entretanto, para o bom desenvolvimento dos chumbinhos seriam necessárias chuvas regulares, o que não acontece até o momento.

Segundo o cafeicultor de Três Pontas, no Sul de Minas Gerais, Francisco Miranda, as lavouras mais afetadas são as que ficam mais expostas ao sol. "Em algumas plantas as flores de setembro secaram, em outras nem abriram. As chuvas estão irregulares e as temperaturas sempre muito altas. Desta forma, alguns cafezais estão com 'pegamento' visivelmente comprometido". Veja no fim da matéria fotos enviadas pelo engenheiro agrônomo da Fundação Procafé, Alysson Fagundes.

"Se dentro de 15 dias não chover vamos ver mais uma catástrofe na produção de café do Brasil", pondera Miranda.

Em 2014, a produção de café do Brasil totalizou 45,34 milhões de sacas de 60 kg. Já neste ano a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) estima que sejam colhidas 42,15 milhões de sacas. A variedade arábica representa 74,2% da produção total do país ou 31,3 milhões de sacas e a de conilon 10,9 milhões de sacas. Para a próxima temporada, que está sendo afetada pelas altas temperaturas e pela falta de chuva, ainda não existem estimativas concretas.

Repercussão na Bolsa de Nova York

Diante das incertezas em relação ao potencial produtivo para a safra 2016/17 de café do Brasil, a Bolsa de Nova York (ICE Futures US), referência para os negócios no Brasil, tem avançado forte nos últimos dias com os operadores esperando estoques reduzidos. Em uma semana, de 6 de outubro até ontem, o vencimento dezembro/15 avançou 4,88% ou 625 pontos. No período, o dólar em queda também contribuiu para o avanço.

Fonte: Notícias Agrícolas

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