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Café : Mercado volta a oscilar, mas café tem novo dia de alta na ICE

As altas continuaram, ainda que bem mais modestamente. Assim foi a sessão desta Quarta-feira para os contratos de café negociados na ICE Futures US


Publicado em: 24/04/2014 às 19:20hs

Café : Mercado volta a oscilar, mas café tem novo dia de alta na ICE

Os compradores voltaram a ganhar a queda de braço e, ao final das operações, os terminais continuaram operando no lado positivo da escala de preços, ainda que os ganhos tenham sido bastante relativos. Ao longo do dia, porém, a posição julho chegou a experimentar avanços mais significativos, tendo, no entanto, falhado ao buscar o patamar de 220,00 centavos de dólar, nos melhores níveis em mais de dois anos na casa nova-iorquina. Diante desse passo,algumas realizações e vendas especulativas passaram a ser processadas, desacelerando de forma consistentes os ganhos anteriormente construídos.

A palavra no mercado continua a ser disponibilidade. Muitos players já mudaram suas planilhas diversas vezes, temerosos com os números de produção do Brasil. Diante da constatação de que até grandes tradings — como foi o caso da Volcafé no início desta semana — já admitem que as lavouras brasileiras terão uma retração considerável nos níveis produtivos, os cálculos agora passam a ser sobre quais os efeitos que essa retração poderia ter sobre a oferta global. Muitos players trabalham com o cenário de déficit na temporada, diante de um consumo estimado de 145,8 milhões de sacas, contra 142,0 milhões de sacas da temporada anterior. Assim, muitos dos operadores avaliam qual será a diminuição dos estoques globais, que estariam relativamente limitados, como já verificado no volume registrado nos armazéns certificados de Londres.

No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição julho teve alta de 55 pontos, com 213,95 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 219,00 centavos e a mínima de 211,70 centavos, com o setembro registrando oscilação positiva de 55 pontos, com 215,95 centavos por libra, com a máxima em 220,60 centavos e a mínima em 214,20 centavos. Na Euronext/Liffe, o maio teve alta de 6 dólares, com 2.152 dólares por tonelada, com o julho apresentando valorização de 14 dólares, para 2.170 dólares por tonelada.

De acordo com analistas internacionais, o dia foi, como já de costume, de volatilidade na bolsa norte-americana. Entretanto, a posição julho conseguiu, ao longo de todo o pregão, acima do nível de 210,00 centavos,mostrando a consistência dos preços, principalmente diante de levantamentos novos de tradings que indicam que realmente a safra brasileira deve ter uma quebra considerável, com destaque para zonas produtoras de grãos de alta qualidade, como é o caso do sul de Minas Gerais.

No segmento externo, o dia foi de quedas para as bolsas de valores internacionais, ao passo que o dólar teve estabilidade em relação a uma cesta de moedas internacionais. No segmento de commodities softs, altas mais expressivas para o açúcar e suco de laranja, como algodão em queda.

“O cenário não tem mudanças: a volatilidade do mercado cafeeiro continua ligada a essa preocupação efetiva com a disponibilidade do grão. Grandes trandings já começam a apresentar suas projeções para o Brasil e indicam que realmente o país terá uma quebra. Somente a Volcafé estimou a baixa em 18% para os grãos do tipo arábica. São os primeiros números, mas que já mexem com as planilhas de muitos players e essa preocupação deve durar pelas próximas semanas, ante uma incerteza quanto à disponibilidade global”,disse um trader.

Durante os três primeiros meses do ano, a produção de café na Colômbia cresceu 28% tocando nos 2,7 milhões de sacas. Em março deste ano, a produção de café cresceu 34% atingindo a marca de 828 mil sacas, em comparação com 617 mil sacas do mesmo mês do ano passado. De abril de 2013 a março 2014, a produção de café do país atingiu 11,4 milhões de sacas.

A produção anual de café do Peru chega a quase 4,6 milhões de sacas. Desse volume, somente 2% (92 mil sacas) é orgânico. No entanto, 95% desse produto – livre de pesticidas e fertilizantes artificiais – são exportados e apenas 5% são consumidos dentro do país. O diretor da OrgäanikaPerú Coffee, Rafael Blay Hidalgo, afirmou que não é possível que o melhor café do país seja vendido a outros países e não consumido lá. Segundo o Ministério da Produção, o consumo per capita de café no Peru é de apenas 650 gramas por ano, enquanto nos países como Colômbia e Brasil o consumo médio por pessoa é de 5,6 quilos por ano.

As exportações brasileiras no mês de abril, até o dia 22,totalizaram 1.328.082 sacas de café,alta de 8,12% em relação às 1.228.290 sacas embarcadas no mesmo período do mês anterior, de acordo com informações do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 1.600 sacas, indo para 2.577.285 sacas.

Tecnicamente, o julho na ICE Futures US tem resistência em 219,00, 219,50, 219,90-220,00, 220,50, 221,00, 221,50, 222,00, 222,50, 223,00,223,50, 224,00, 224,50 e 225,00 centavos de dólar, com o suporte em 211,70,211,50, 211,00, 210,50, 210,10-210,00, 209,50, 209,00, 208,50, 208,00, 207,50,207,00 e 206,50 centavos.

Fonte: Agnocafé

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