Algodão

Área de algodão deve cair 12% em 2014/15

A Abrapa, associação que representa os produtores brasileiros de algodão, estima que essa redução ficará em cerca de 12%


Publicado em: 21/08/2014 às 19:10hs

Área de algodão deve cair 12% em 2014/15

À espera de ajuda do governo para vender o algodão que está sendo colhido agora, os produtores da pluma no Brasil já se preparam para colocar o pé no freio no cultivo de 2014/15, que começará em novembro. A Abrapa, associação que representa os produtores brasileiros de algodão, estima que essa redução ficará em cerca de 12%.

Isso significa o plantio de uma área próxima de 990 mil hectares, ante os 1,121 milhão de hectares cultivados em 2013/14. O presidente da Abrapa, o produtor Gilson Pinesso, afirma que o cenário é "desanimador". Nesta semana, a entidade pediu oficialmente ao governo federal ajuda para vender a safra que está sendo colhida.

O pedido é de recursos da ordem de R$ 450 milhões, para dar suporte à comercialização de cerca de 1 milhão de toneladas, o equivalente a cerca de 57% da produção esperada pela entidade, de 1,750 milhão de toneladas.

Os preços de mercado, diz Pinesso, já estão abaixo do preço mínimo definido pelo governo federal. Em Itiquira (MT), por exemplo, está na casa dos R$ 51,70 a arroba, ante o preço mínimo que é de R$ 54,90.

Conforme a Abrapa, os produtores de algodão do Estado colheram até agora um pouco mais da metade da área plantada no ciclo 2013/14. Pinesso estima que, na média, o país colheu 65% da área. O Estado da Bahia é o que está com os trabalhos mais adiantados, segundo Pinesso, na casa dos 70%. Em Mato Grosso, esse percentual está em 55%, segundo o dirigente. A previsão da Conab é de colheita total de 1,7 milhão de toneladas.

A estimativa da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea) é de que 1 milhão de toneladas da pluma da safra que está sendo colhida já tenham sido vendidas até o momento. O presidente da Anea, Marco Antonio Aluisio, é de que em torno de 750 mil toneladas tenham sido comercializadas antes de maio, ou seja, antes da colheita e a preços mais elevados, na casa dos 80 centavos de dólar por libra-peso - ontem, o contrato para entrega em dezembro fechou na bolsa de Nova York a 64,16 centavos de dólar, em alta de 32 pontos, após a queda de 51 pontos do dia anterior (terça-feira).

Em torno de 730 mil toneladas da pluma devem ser exportadas no ciclo 2013/14, segundo a Anea. Já o volume consumido no mercado interno tende a cair na visão da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit). A entidade estima que o uso de algodão por essa indústria no Brasil deve ficar entre 750 mil e 800 mil toneladas. "Há percepções de que esse número pode cair a 720 mil toneladas", diz o diretor superintendente da Abit, Fernando Pimentel. As perspectivas representam uma forte retração em relação ao consumo de 850 mil toneladas de algodão realizado pela indústria têxtil em 2013.

O que ocorre, explica Pimentel, é que a importação de produtos têxteis continua a crescer, enquanto o consumo desses produtos e de calçados recuou 0,7% no primeiro semestre deste ano. Pesa ainda na desaceleração da indústria o elevado custo com energia. "As indústrias estavam descontratadas e se depararam com a necessidade de comprar energia a um custo de R$ 800 o Megawatt/hora, ante o preço médio do ano passado na casa dos R$ 150 MWh", comparou Pimentel.

Fonte: Canal do Produtor

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