Crédito Rural

Agronegócio Mato-Grossense toma menos recursos do BNDES

A retração foi de 12,9% sobre janeiro de 2017, quando a instituição financeira liberou R$ 243,1 milhões


Publicado em: 21/03/2018 às 18:00hs

Agronegócio Mato-Grossense toma menos recursos do BNDES

Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tiveram queda no 1º mês do ano em Mato Grosso, com o empréstimo de R$ 223 milhões. A retração foi de 12,9% sobre janeiro de 2017, quando a instituição financeira liberou R$ 243,1 milhões.

A maior parte do volume emprestado ficou, mais uma vez, com o setor agropecuário. Sozinho, abocanhou 72,4% do bolo, ficando com R$ 161,6 milhões. Mesmo com o crescimento de 4,53% na quantidade de contratos (de 464 em 2017 para 485 em 2018), o valor liberado ao agronegócio caiu 18,99%. Em janeiro de 2017 o setor contratou R$ 199,5 milhões.

Karine Machado, analista da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), avalia que a queda no valor contratado pode ter sido motivada pela expectativa de redução de juros das linhas do Plano Agrícola e Pecuário (PAP), como já ocorreu no ano passado. Quando o último Plano Safra foi lançado, em 31 de maio do ano passado, a taxa Selic caiu de 11,25% a.a. para 10,25% a.a. Desde então, a Selic recuou 3,5 pontos percentuais, chegando a 6,75% a.a., com expectativas de nova redução na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). “O produtor vê que a taxa Selic está em queda e pode estar investindo apenas no necessário, enquanto aguarda para adquirir um crédito mais barato no próximo Plano”.

A Famato tem se articulado junto ao governo federal para a redução da taxa de juros do PAP. O tema chegou a ser discutido durante o Gazeta Agro, em Cuiabá, esta semana e na Famato, em reunião com o secretário de Política Agrícola, Neri Geller. O setor industrial também contratou menos recursos. O valor recuou 57%, caindo de R$ 5,8 milhões em 2017 para R$ 2,5 milhões este ano. Na contramão, os setores de infraestrutura e de comércio e serviços contrataram mais. Infraestrutura obteve R$ 42,2 milhões este ano contra R$ 22,6 milhões em 2017 e comércio R$ 16,7 milhões contra R$ 15,2 milhões.

A consultora empresarial Terezinha Farias, que faz projetos de investimento para micro e pequenas empresas, avalia que outros fatores contribuíram para a queda. “Os empresários têm reclamando dos juros altos do BNDES, porque o FCO (Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste) está com taxa menor e os 2 são concorrentes”. Destaca ainda que a exigência de garantia real para o uso do cartão BNDES. “No 2º semestre de 2017 muita gente perdeu limite porque o banco passou a exigir garantia real para algumas operações”.

Fonte: A Gazeta

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