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Agronegócio deveria agir mais integrado, diz associação

O mundo poderá viver uma nova onda positiva de preços das commodities agrícolas, acompanhada de uma melhora também nos preços do petróleo


Publicado em: 28/07/2016 às 19:30hs

Agronegócio deveria agir mais integrado, diz associação

Como o Brasil está na lista dos principais mercados produtores de grãos –e com boa expectativa no setor de produção de petróleo–, deverá ser visto como ponto atraente para o capital estrangeiro.

Taxas negativas de juros na maior parte do mundo e queda nos preços dos ativos dão boas oportunidades para fundos de investimentos no país.

A avaliação é de Luiz Carlos Corrêa Carvalho, presidente da Abag (Associação Brasileira do Agronegócio).

Ele adverte, no entanto, que há muito a fazer quando se trata de governança e lideranças no agronegócio.

É necessária uma revisão do modelo atual. O setor tem de pensar e agir mais como cadeia, e não buscar soluções específicas e isoladas de produto a produto.

O agronegócio tem de ser protagonista nos momentos mais críticos da economia, discutindo reformas, como a tributária e a trabalhista, essenciais para o desenvolvimento do setor.

Para Carvalho, deveria haver um equilíbrio entre agricultura e indústria. Não adianta tirar imposto de um produto e jogá-lo para outro, avalia.

CUSTO BRASIL

Condições tributárias e trabalhistas mais eficientes reduziriam o custo Brasil e tornariam o país mais competitivo, afirma Carvalho.

A agricultura mundial chegou ao limite de exploração em várias áreas do planeta. Mesmo assim, aumenta a necessidade de fontes de energia renovável vindas da agricultura, elevando a oportunidade do Brasil, segundo o presidente da Abag.

Há uma limitação dos recursos. Mas alguns países, como os da África, sofrem ainda mais do que o Brasil.

Para buscar uma revisão desse modelo atual de lideranças agropecuárias no país, a Abag fará uma série de discussões em um congresso na segunda semana de agosto, em São Paulo.

OFERTA DE BOIS CRESCE, MAS MENOS DO QUE SE ESPERAVA

Após ter atingido o menor patamar em 2015, o estoque de bois aumentará nos próximos anos, mas em ritmo menor do que se previa.

A Acrimat (Associação dos Criadores de Mato Grosso) e o Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária) apontam estoque de machos de 3,96 milhões neste ano e de 4,01 milhões em 2017. Para 2018, são até 4,49 milhões. A estatística considera estoque os animais machos com mais de 24 meses.

A alta de oferta poderá dar um viés de baixa nos preços. Isso porque o cenário da demanda interna é incerto, principalmente se persistir o ritmo baixo da economia.

Até 75% da carne de Mato Grosso fica no mercado interno. Mas uma reativação da economia segurará o preço.

Fonte: Folha de S. Paulo

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