Crédito Rural

Agricultores ainda esperam liberação dos recursos para a próxima safra

O único setor da economia brasileira com saldo positivo na balança comercial ainda espera a liberação dos recursos para próxima safra. É uma dor de cabeça para os agricultores


Publicado em: 18/05/2015 às 19:20hs

Agricultores ainda esperam liberação dos recursos para a próxima safra

Quase 60 milhões de hectares de lavoura de grãos espalhados pelo país. Devem ser colhidos mais de 200 milhões de toneladas com destaque para soja e para o milho. Quase 4,5% a mais que na safra anterior.

A importância do agronegócio pode ser medida na balança comercial. No ano passado, ele teve um superávit de US$ de 80 bilhões. Enquanto os demais setores, entre eles a indústria, amargaram um déficit de US$ 84 bilhões.

Mas o bom desempenho das lavouras não significa que tudo vai bem no campo. Os agricultores estão preocupados com o aumento do custo de produção para a próxima safra. Eles vão precisar de mais dinheiro para plantar e o governo ainda não anunciou quanto vai liberar em linhas de crédito para o custeio.

"O produtor, ele não tem muita saída: ele precisa produzir, ele precisa comprar semente, ele precisa comprar o fertilizante. Só que o que nós queremos é a clareza na negociação a clareza na política agrícola", diz Daniel Schenkel, produtor rural.

O secretário de Política Agrícola diz que haverá recursos para o plano de safra. Mas ainda falta definir pontos importantes como taxa de juros: "O plano de safra tá pronto pra ser anunciado, agora ele tem que ser anunciado da forma correta, com a relevância que ele tem e com a importância que ele tem, que ele merece. Não tem data ainda.", diz André Nassar, secretário de Política Agrícola.

Em Mato Grosso, maior produtor de grãos do país, a próxima safra de soja vai ser plantada com os insumos custando 23% a mais que na anterior. Uma das saídas seria vender o que se colhe agora para financiar a próxima safra. Mas isso não é um bom negócio neste momento. Como tem muita oferta, os preços dos grãos estão baixos. Quem consegue armazenar, segura. Enquanto isso, as negociações atrasam.

Na loja do Roberto, as vendas de fertilizantes caíram. E ele tenta convencer os agricultores.

"Propostas de `venda prazo safra´, ou seja, pagar após a colheita, propostas atrativas à vista, né? Então, criando maneiras para que o produtor possa adquirir os insumos", diz o dono de revenda fertilizantes Roberto Mattos.

O setor agrícola também tem adiado investimentos: de janeiro a abril, a venda de máquinas caiu 23% em relação ao mesmo período do ano passado. Uma das razões é que ficou mais caro comprar financiado.

Este agricultor de Tangará da Serra queria trocar o pulverizador da fazenda, mas já mudou de ideia.

"Vamos ter que revisar o que a gente tem para poder tocar mais um ou dois anos. Até ver se muda o quadro de juros para o agricultor, né?", diz Josemar Rodrigues produtor rural.

Fonte: Jornal Nacional

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