Pastagens

Adubação em pasto busca expansão ao Norte

Enquanto na agricultura o uso de insumos como fertilizantes já está consolidado em todo o País, na pecuária a técnica vem ganhando força em busca de aumento de produtividade e um dos potenciais de expansão é a Região Norte


Publicado em: 27/05/2015 às 19:20hs

Adubação em pasto busca expansão ao Norte

Em entrevista exclusiva ao DCI, o zootecnista e supervisor da área de pesquisa da Fertilizantes Heringer, Leonardo Bitencourt, conta que ainda há grande resistência dos pecuaristas na adoção deste tipo de tecnologia, porém, o segmento possui muito espaço para crescer. O especialista participou da terceira etapa do Rally da Pecuária 2015, promovido pela consultoria Agroconsult em parceria com a Sociedade Rural Brasileira (SRB).

"No ano passado, a companhia entregou mais de cinco milhões de toneladas de fertilizantes. Deste total, cerca de 220 mil foram destinados para a pecuária e isso representa 50% do volume total entregue ao segmento, considerando todas as empresas", lembra o especialista.

Para ele, trata-se de um resultado pequeno mas que deixa claro para empresa seu potencial, principalmente se considerado o desempenho da cadeia de carnes em relação aos preços das demais commodities agropecuárias.

"O que falta é informação. Os pecuaristas sabem que os adubos são caros, mas não conhecem o benefício que é possível obter em forma de ganhos de produtividade na carne ou no leite", destaca Bitencourt. Estima-se que para cada R$ 1 investido em fertilizantes a pasto, o retorno fique entre R$ 7 e R$ 8.

Oportunidades e desafios

No Brasil, os rebanhos de Goiás, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso são os principais responsáveis pelas demandas de fertilizantes para pasto na Heringer. Entretanto, o zootecnista ressalta o movimento de expansão de gado que vem acontecendo no Pará e Rondônia, o que faz com que a região entre no radar da empresa. Isso porque o Centro-Oeste já trabalha com muitos confinamentos, ou seja, grande parte dos produtores investe mais nas etapas de recria e engorda do que em pasto.

Para chegar aos novos objetivos são feitos trabalhos de treinamento junto aos parceiros municipais que levarão as informações aos produtores. Palestras, dias de campo e áreas demonstrativas são algumas das estratégias para atingir diretamente o setor.

"A maior oportunidade que temos também representa o maior desafio porque o Norte ainda é uma região em desenvolvimento que tem uma quantidade ainda menor de informação quando comparada às demais", comenta.

Outro desafio é atravessar o cenário econômico deste ano. Entre 60% e 70% da matéria-prima da empresa é importada e foi onerada pela desvalorização do real em relação à moeda norte-americana.

Apesar dos preços estarem mais altos, o supervisor se mostra confiante com o crescimento ou ao menos a manutenção dos resultados para este ano ao partir do pressuposto que a adubação é necessária para o ganho de produtividade, diferente do setor de máquinas e implementos, por exemplo, que tem a possibilidade de adiar o investimento.

Pastagens

A aplicação de adubos a pasto está relacionada à situação das pastagens. Sobre isso, o coordenador de pecuária da Agroconsult, Maurício Nogueira, alerta que os produtores estão reformando de 10% a 14% das áreas, quando, na verdade, apenas 3% estão em completa degradação. "Cabe rever estes investimentos e direcionar a uma restauração", diz.