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Acordo Trans-Pacífico eliminará 18 mil impostos, diz governo dos EUA

Impostos são aplicados por outros países sobre as exportações dos EUA. TPP foi assinado na segunda-feira por 12 países.


Publicado em: 13/10/2015 às 19:50hs

Acordo Trans-Pacífico eliminará 18 mil impostos, diz governo dos EUA

O governo dos Estados Unidos saiu nesta quarta-feira (8) em defesa do Tratado de Associação Transpacífico (TPP), ao assegurar que o mesmo será responsável pela eliminação de até 18 mil impostos que outros países aplicam atualmente sobre as exportações americanas e fortalecerá a marca "Made in USA".

O representante de Comércio dos Estados Unidos, Michael Froman, que liderou a delegação de seu país nas negociações, garantiu que "os trabalhadores, os agricultores e as empresas ganharão" com a eliminação de 18 mil impostos que incidem sobre as exportações em forma de tarifas.

"Quando as regras são justas, os americanos podem competir com qualquer um no mundo", assinalou o representante de Comércio.

Froman citou o caso de alguns produtos fabricados nos EUA que atualmente pagam tarifas que chegam a 100% de seu valor em alguns mercados da região do Pacífico, e destacou o caso dos produtos agrícolas, que em alguns países são taxados em mais de 700%.

"Nossos trabalhadores estão entre os mais produtivos do planeta, mas em casos como esses, as cartas jogam contra si", opinou o funcionário americano.

Froman citou como exemplos, entre outros, produtos agrícolas como as maçãs cultivadas no estado de Washington, a carne bovina do Texas e produtos de grande valor agregado como os softwares produzidos na área de Vale do Silício, na Califórnia, e assegurou que todos eles serão beneficiados com o TPP.

 Segundo a Casa Branca, na Malásia, um dos países do acordo, os veículos automotivos americanos são taxados em 30%, enquanto os automóveis japoneses e turcos não pagam nenhum imposto.

No Vietnã, outros dos signatários do TPP, as carnes de aves procedentes dos EUA devem pagar tarifas de até 40%, enquanto as da Nova Zelândia pagam apenas 20%, segundo a Casa Branca.

Froman explicou que existem estimativas que indicam que, se não houvesse tarifas para as exportações, os salários médios na indústria americana poderiam crescer em até 12%.

"Em um mundo no qual mais de 95% dos consumidores vivem fora de nossas fronteiras, as desvantagens que afetam atualmente nossos trabalhadores e empresas são inaceitáveis. O TPP soluciona essa injustiça", frisou o representante de Comércio.

Desde que o conteúdo do tratado foi fechado na segunda-feira em Atlanta, o presidente dos EUA, Barack Obama, iniciou uma campanha para conseguir o consentimento do Congresso, que tem 90 dias úteis para sua consideração, mas onde encontrará a oposição de alguns legisladores de seu próprio partido, o Democrata.

O TPP, que ainda deve ser ratificado nos Legislativos dos 12 países signatários para entrar em vigor, é um elemento-chave da política externa de Obama, que procura priorizar a relação com a região da Ásia-Pacífico para fazer frente à influência da China.

Os defensores do TPP, entre eles a maioria republicana que controla hoje o Congresso, argumentam que o acordo abre novos mercados para os produtos americanos e isso repercutirá favoravelmente para os trabalhadores do país. Seus críticos, em contrapartida, afirmam que o TPP vai gerar desemprego nos EUA em benefício de países com salários mais baixos.

O TPP foi assinado na segunda-feira em Atlanta por Estados Unidos, México, Peru, Chile, Canadá, Japão, Malásia, Cingapura, Vietnã, Brunei, Austrália e Nova Zelândia.