Apicultura

Abelhas irapuás: conheça a espécie ideal para polinizar ambientes degradados

Relatório do Sistema de Inteligência Setorial (SIS) do Sebrae apresenta dicas sobre como uma espécie 'rebelde' pode ser útil para os apicultores


Publicado em: 12/05/2017 às 14:30hs

Abelhas irapuás: conheça a espécie ideal para polinizar ambientes degradados

O processo desempenhado por agentes polinizadores, como as abelhas, é dificultado em função da degradação de alguns ambientes, já que muitas espécies não fazem a polinização em áreas degradadas. Mas as abelhas irapuás, consideradas por muitos produtores como uma praga na cultura agrícola, fazem. Para apresentar aos pequenos empresários do setor apícola as oportunidades de negócios relacionadas a essa espécie, o Sistema de Inteligência Setorial (SIS) do Sebrae produziu um relatório detalhando as características e perfil das abelhas irapuás.

As abelhas irapuás (Trigona spinipes) são abelhas brasileiras com características particulares, também conhecidas como abelha-cachorro, abelha-irapuã, Arapica, Arapu, Arapuá, Arapuã, Axupé, Caapuã, Cabapuã, Enrola-cabelo, Guaxupé, Mel-de-cachorro, Torce-cabelo, Cupira e Urapuca. Podem ser encontradas em diversos estados brasileiros - embora não em todos, de Norte a Sul.

Elas têm uma coloração negra reluzente, comprimento entre 6,5 e 7 milimetros e não têm ferrão. É uma espécia agressiva, que ataca folhas novas e botões florais e por vezes invade outras colmeias em busca de alimentos. Quando ameaçada, ela penetra em orifícios (nariz e ouvidos) das vítimas e se enrosca nos cabelos e pelos. Elas produzem mel, mas há controvérsias sobre seus efeitos: alguns acreditam que a produção das irapuás têm efeito terapêutico, para outros é tóxico, porque elas constroem seus ninhos usando, entre outros materiais, fezes de animais e cadáveres de abelhas.

Porém, devido a estas características, as irapuás têm alta resistência a ambientes alterados e colonizam mesmo em habitats degradados, onde se adaptam melhor do que outras espécies. Como elas constroem ninhos externos, entre galhos de árvores, não precisam de cavidades ou outros locais ocos. Elas são recomendadas quando a área necessitar de uma polinização de resgate (em ambiente degradado) ou quando outras espécies não tiverem sobrevivido. São polinizadoras de culturas como acerola, cenoura, chuchu, girassol, laranja, manga, morango, abóbora, pimentão e romã.

A partir do conhecimento do perfil dessa espécie de abelha e seu papel como polinizadora de culturas agrícolas, é possível pensar em formas de potencializar negócios. Mas para que estas sejam oportunidades efetivas, é preciso tomar alguns cuidados com as irapuás, especialmente com relação ao comportamento delas (para não danificar a plantação) e entender quais as culturas que essa espécie costuma atacar.

Fonte: Dialetto

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