Maquinas e Implementos

A aviação agrícola do Mercosul vai aterrissar no Paraná

Debates e palestras com autoridades governamentais, pesquisadores, técnicos e operadores aeroagrícolas


Publicado em: 01/08/2014 às 09:20hs

A aviação agrícola do Mercosul vai aterrissar no Paraná

Isso além da mostra de tecnologias e equipamentos e das demonstrações de aeronaves. Assim será o Congresso Sindag Mercosul (Congresso Nacional de Aviação Agrícola e XXIII Reunião do Comitê Executivo Aeroagrícola do Mercosul), que começa daqui a três semanas, em Foz do Iguaçu/PR. O evento e promovido pelo Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag) e este ano vai ocorrer nos dias 20, 21 e 22 de agosto.

O Congresso é itinerante, passando anualmente pelas principais regiões produtoras agrícolas do País e esta é a segunda vez que ocorre em Foz do Iguaçu (a primeira foi em 2008). Além disso, a cada três anos a programação é voltada também ao Mercosul. A movimentação é restrita (mediante inscrição) a empresários aeroagrícolas, pilotos, técnicos e toda a cadeia ligada ao setor. A expectativa é de que pelo menos 1 mil pessoas participem dos três dias de movimentação.

No primeiro e o último dia de feira, a movimentação será no salão de convenções do Hotel Rafain Palace (Avenida Olímpio Rafagnin, 2357), com as discussões e os cerca de 50 estandes da exposição. Já o dia do meio (21) é reservado às demonstrações aéreas, que vão ocorrer no aeródromo da Estância Hércules.

DESTAQUES

Como sempre, o Congresso Sindag vai apresentar novidades em tecnologias de aplicação e boas práticas operacionais, este ano batendo mais forte na tecla da segurança operacional. As discussões vão abordar ainda legislação, estratégias e políticas para desenvolver o setor.

Destaque para os balanços do programa de Certificação Aeroagrícola Sustentável (CAS) e do Convênio Sindag/Embrapa para tecnologias de aplicação em lavouras de interesse estratégico para o País. Trata-se de duas as principais ações em andamento hoje para melhoria na segurança e eficiência do setor aeroagrícola brasileiro.

MERCOSUL

Nas discussões envolvendo o Mercosul, o foco deverá ser sobre a busca de linguagem comum nas normas que regulamentam o setor nos países vizinhos. “A regulamentação existente hoje no Brasil para a aviação agrícola (Regulamento Brasileiro de Aviação Civil/RBAC 137) está servindo de modelo para legisladores vizinhos”, explica o presidente do Sindag. No entanto, mesmo o RBAC 137, que entrou em vigor em maio de 2012, ainda precisa de ajustes.

“O Sindag trabalhou durante quase uma década junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) pela elaboração do RBAC e agora estamos trabalhando pelo seu aperfeiçoamento. O que pretendemos é trocar informações sobre as experiências da Argentina, Uruguai e outros países, ao mesmo tempo em que mantemos os hermanos a par dos avanços buscados por aqui”, revela Paim.

O debate deverá entrar também no processo de elaboração do Regulamento Aeronáutico Latino-americano (LAR, na sigla em espanhol). O que está sendo tocado em parceria entre a Comissão Latino Americana de Aviação Civil (CLAC) e a Organização de Aviação Civil Internacional (ICAO, na sigla em inglês).

Setor deve crescer 7% em 2014

O Brasil possui a segunda maior frota mundial de aviões agrícolas (atrás apenas dos Estados Unidos). Segundo o Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB) da ANAC, o Pais fechou 2013 com 1.925 aparelhos, quando eram 1.447 em 2008. O que dá um crescimento de 33,03% em cinco anos - levantamento feito pelo portal Agronautas (www.agronautas.com.br), a principal fonte sobre estatísticas do setor no Brasil. No ranking por Estados o Mato Grosso tem a maior parcel da frota, com 446 aviões. Seguido pelo Rio Grande do Sul (411), São Paulo (268), Goiás (234), Paraná (138), Mato Grosso do Sul (95) e outros.

Conforme o presidente do Sindag, Nelson Antônio Paim, nem toda essa frota está voando. “A estimativa é de que uns 15% dos aviões estejam em situação irregular, com problemas mecânicos ou mesmo danificados. Isso a casa ano”, pondera o empresário. “Apostamos em um crescimento de 7% em 2014”, completa Paim.

Para ele, entre os principais fatores desse crescimento está a qualificação e o aumento da produtividade da agricultura. “Atualmente, apenas 24% das pulverizações de lavouras no Brasil são feitas por aviões, mas há uma necessidade crescente de alta tecnologia para reduzir custos para os produtores. Sem falar no aspecto ambiental, onde a precisão e rapidez são essenciais não só para evitar danos ao ecossistema, mas também podem diminuir a quantidade de produtos aplicados”, conclui Paim.

Inscrições para o Congresso, expositores, localização e outras informações podem ser conferidas no site www.congressosindag.com.br.