Um estudo inédito do Rabobank apontou que a infraestrutura brasileira não tem acompanhado o crescimento na produção de milho e soja, o que tem causado pressão nos preços internos e aumentos significativos nos custos logísticos. Segundo a analista do Rabobank, Marcela Marini, essa disparidade pode acabar com as já apertadas margens dos agricultores, reduzindo o interesse em investimentos para expandir a estrutura de ativos.

O cenário econômico atual, combinado com custos recordes de transporte interno, tem levado muitos agricultores a adotarem um modelo de negócios mais leve em ativos ("asset-light"). Ainda assim, a especialista prevê que até 2027 a capacidade portuária do Brasil não será capaz de lidar com os volumes crescentes de exportação de grãos e oleaginosas. Para atender ao crescimento da produção, é necessário um investimento significativo em armazéns, trilhos, estradas, frotas de caminhões e portos.

Marini observa que os agricultores brasileiros têm respondido ao estímulo dos preços, aumentando a produção. No entanto, ela ressalta que a infraestrutura do país precisa de investimentos robustos para seguir o mesmo ritmo. Sem esses investimentos, os custos logísticos continuarão a subir, afetando negativamente a rentabilidade dos produtores e, em última instância, a competitividade do setor agrícola brasileiro no mercado global.

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