Logística e Transporte

Arco Norte torna-se principal rota para exportações do Matopiba

Portos do Norte ganham destaque em relação a Santos no escoamento de grãos


Publicado em: 24/04/2024 às 19:40hs

Arco Norte torna-se principal rota para exportações do Matopiba

O eixo de exportações do Matopiba – que abrange os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – tem se deslocado para o Arco Norte, deixando o porto de Santos em segundo plano. Segundo o Anuário Agrologístico 2024, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o porto de Itaqui, no Maranhão, foi responsável por embarcar cerca de 94,29% do milho exportado pela nova fronteira agrícola brasileira no último ano, o que representa 5,55 milhões de toneladas. No caso da soja, Itaqui também é o principal porto da região, com movimentação de aproximadamente 10,41 milhões de toneladas, uma participação de 26,3% do total exportado.

Esse avanço do Arco Norte reflete o crescimento não só dos portos locais, mas também dos modais logísticos. "O progresso nesses portos e nas rotas de transporte tem impulsionado a economia da região, oferecendo fretes mais baixos em comparação com os portos do Sul e Sudeste. Além disso, há um crescente investimento para embarque de grãos e importação de fertilizantes, o que facilita o frete de retorno para o Arco Norte", explica Thomé Guth, superintendente de Logística Operacional da Conab.

Segundo a Conab, a Bahia ainda é o maior exportador de soja do Matopiba, mas foi o estado que menos cresceu em comparação com os outros. Entre 2019 e 2023, a Bahia viu suas exportações de soja aumentarem 38,7%, enquanto o Maranhão cresceu 81,3%, o Piauí 103,8%, e Tocantins 64,1%. “O Maranhão está se tornando um grande exportador porque quase toda sua produção de soja é voltada para exportação, enquanto a Bahia usa parte para consumo interno e produção de farelo de soja”, acrescenta Guth.

O Anuário também mostra que o volume exportado pelo Arco Norte para a soja subiu de 30,4% em 2019 para 33,8% em 2023. Para o milho, houve um aumento de 33,4% para 42,5% no mesmo período. No entanto, o porto de Santos teve incremento apenas na soja, com aumento de 6,9% nos últimos cinco anos, mas uma queda de 5,0% no milho.

Se considerarmos uma perspectiva mais ampla, a importância do Arco Norte nas exportações brasileiras fica ainda mais evidente. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) mostram que em 2010 a participação dos portos do Norte nas exportações de soja e milho era de cerca de 8%. Em 2022, essa participação chegou a 40,3%, embora tenha recuado 3,4% no último ano devido ao redirecionamento de embarques causado por questões de navegabilidade das hidrovias do Norte durante a seca.

Para mais informações sobre a logística de exportação de soja, milho e farelo de soja, bem como a importação de fertilizantes, acesse o Anuário Agrologístico 2024 no site da Conab.

Fonte: Portal do Agronegócio

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