Mercado Financeiro

Dólar avança após inflação nos EUA compensar PIB mais fraco do que o esperado

Divergência entre indicadores econômicos dos EUA impacta a trajetória do dólar frente ao real


Publicado em: 25/04/2024 às 11:10hs

Dólar avança após inflação nos EUA compensar PIB mais fraco do que o esperado

O dólar começou a quinta-feira em alta em relação ao real, impulsionado por dados de inflação trimestral nos Estados Unidos que superaram as expectativas, compensando um Produto Interno Bruto (PIB) norte-americano mais fraco do que o esperado. Essa combinação de fatores gerou maior incerteza sobre a política monetária do Federal Reserve (Fed).

Por volta das 9h53 (horário de Brasília), o dólar à vista subiu 0,29%, sendo negociado a R$ 5,1639. O movimento contrasta com a estabilidade registrada na abertura. Na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caiu 0,09%, sendo cotado a R$ 5,1525.

Dados divulgados nesta quinta-feira indicaram que a economia dos Estados Unidos desacelerou mais do que o previsto no primeiro trimestre de 2024, crescendo a uma taxa anualizada de 1,6%. Os economistas consultados pela Reuters esperavam um crescimento de 2,4%, com projeções variando entre 1,0% e 3,1%. Ao mesmo tempo, a inflação trimestral acelerou, com o núcleo do índice de preços PCE (que exclui itens voláteis) subindo 3,7%, acima da expectativa de 3,4%.

Essas notícias reforçaram a cautela em relação à política de juros do Fed, sugerindo que o banco central dos EUA pode adiar cortes de taxas de juros. Isso afetou as expectativas dos investidores, que agora preveem apenas dois cortes de 0,25 ponto percentual em 2024, enquanto antes esperavam até 1,50 ponto percentual de afrouxamento.

De acordo com Matheus Pizzani, economista da CM Capital, essa reprecificação de expectativas que começou em março, agora pode se estender até setembro, com muitos investidores considerando que os cortes de juros podem não ocorrer em 2024.

O cenário internacional de incerteza também impacta o Brasil. Com riscos fiscais locais e a perspectiva de desaceleração do ritmo de afrouxamento monetário, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sugeriu uma possível redução no ritmo de queda da taxa Selic, o que fez com que as projeções para o fim de 2024 fossem ajustadas para cima.

A redução do diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos pode, teoricamente, beneficiar o real ao manter a atratividade dos investimentos de renda fixa. No entanto, a redução de liquidez global reduz essa aderência. No entanto, se o cenário internacional mantiver pressão, mesmo um afrouxamento mais lento da Selic pode não ser suficiente para fortalecer o real.

Na quarta-feira, o dólar à vista fechou com alta de 0,40%, sendo negociado a R$ 5,1492, reforçando a tendência de avanço da moeda norte-americana no Brasil.

Fonte: Portal do Agronegócio

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